Cheiro do pum pode ser um novo aliado no combate ao Alzheimer; entenda
Estudo aponta que o sulfeto de hidrogênio, presente nos gases intestinais, tem potencial para proteger as células cerebrais e desacelerar a progressão da doença
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Pode parecer inusitado, mas um dos compostos responsáveis pelo cheiro característico dos gases intestinais está sendo estudado como um potencial aliado no combate ao Alzheimer. Trata-se do sulfeto de hidrogênio (H2S), uma molécula que pode proteger as células cerebrais e desacelerar os danos causados pela doença neurodegenerativa.
O corpo humano já produz naturalmente pequenas quantidades desse gás, que desempenha funções importantes no organismo, como a regulação da pressão arterial e a redução de inflamações. A descoberta que chamou a atenção da comunidade científica é que essa mesma substância pode atuar como um escudo para os neurônios.
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Como o gás atua no cérebro?
Quando o Alzheimer está em desenvolvimento, as células do cérebro sofrem um estresse intenso que danifica as mitocôndrias, levando à morte celular e, consequentemente, à progressão da doença. Pesquisas indicam que o sulfeto de hidrogênio pode proteger essas mitocôndrias. O gás funciona como um agente anti-inflamatório e antioxidante, ajudando a neutralizar os danos e a manter as mitocôndrias funcionando corretamente.
Em casos de Alzheimer, as próprias células cerebrais ativam enzimas para produzir H2S. Esse mecanismo de defesa, no entanto, não é suficiente para conter os avanços da doença.
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Apesar da origem curiosa, a ideia dos pesquisadores não é usar os gases intestinais como forma de tratamento. O objetivo é desenvolver medicamentos capazes de liberar quantidades controladas e seguras de sulfeto de hidrogênio diretamente nas áreas afetadas do cérebro. Uma nova droga, desenvolvida pela Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, mostrou resultados promissores em testes com camundongos, conseguindo reverter parte dos danos cognitivos.
Essa abordagem terapêutica abre um novo caminho para o tratamento do Alzheimer, focando na proteção celular em vez de apenas combater os sintomas. Embora a pesquisa ainda se encontre em estágios iniciais, a descoberta representa uma esperança no desenvolvimento de terapias mais eficazes para retardar a progressão da doença.
Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata
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