O linfoma de Hodgkin (LH), ocupa a 20ª posição entre os tipos de câncer mais frequentes, sendo mais identificado entre adolescentes, adultos jovens e idosos -  (crédito: Instagram/ Reprodução)

O linfoma de Hodgkin (LH), ocupa a 20ª posição entre os tipos de câncer mais frequentes, sendo mais identificado entre adolescentes, adultos jovens e idosos

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Isabel Veloso tinha apenas 15 anos quando foi diagnosticada com um linfoma de Hodgkin. Hoje, com 17 anos, ela compartilha em sua rede social sua rotina de cuidados e revela detalhes do câncer terminal. Em novembro, a influencer havia declarado que estava curada, após transplante de medula óssea. No entanto, três meses depois a doença voltou e ela não responde mais aos tratamentos quimioterápico.

Segundo os médicos, a jovem tem apenas quatro a seis meses de vida. "Dessa vez o câncer conseguiu. Apenas desejo que esses próximos e últimos seis meses sejam os mais felizes e mais sinceros dos nossos corações", escreveu Isabela no mês passado para o seu namorado e futuro marido, Lucas Borbas. O casal pretende se casar ainda esse mês.  

Ainda que recheado de motivação e otimismo, o perfil de Isabel teve de dar uma pausa nas postagens relacionadas ao casamento e lives. Infelizmente a jovem tem sofrido alguns ataques de pessoas que não acreditam na sua história de vida e, por estar sofrendo tantos ataques, Isabel decidiu se manifestar na madrugada dessa segunda-feira (8) compartilhando o laudo médico para provar sua versão. 

Nas suas redes sociais, a influencer começou pontuando sobre as mensagens recebidas. “Eu não iria postar isso, porque não devo satisfação a ninguém. Mas recebi muitos comentários que pra ser paciente ‘terminal’ ou ‘paliativa’ tenho que ter aspecto de morte ou estar acamada sem poder me mexer”.

A jovem continuou o desabafo. “Então, pra quem tanto duvidou, e inclusive fizeram recortes de vídeos onde eu falava que estava bem, pra ganhar like e seguidor em cima. O laudo que tanto pediram está aqui”

“Tenho muita coisa em todo o celular pra comprovar o que eu quiser, inclusive papéis de exames. Se tanta gente é frustrada consigo mesma, não carrego culpa disso. Só eu sei o que eu passo no off das redes sociais por enfrentar desde tão nova um diagnóstico assim”.

 
 
 
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Isabel encerrou dizendo: “Eu não preciso provar nada pra ninguém, mas tô cansada de tanta fake news envolvendo meu nome. Gratidão por cada mensagem de carinho que recebo de cada um de vocês. E não acreditem em qualquer coisa na internet um bejuuuuuuuu”.

No documento apresentado pela influenciadora foi possível ver que os médicos atestam que Isabel Veloso enfrenta um “Linfoma de Hodgkin sem resposta ao tratamento quimioterápico” e que já está “em cuidados paliativos exclusivos”. Nesse momento é apenas possível controlar e aliviar os sintomas.

Os médicos ainda afirmaram que “No momento, os maiores sintomas que a paciente tem se diz respeito à localização do tumor (mediastino – podendo gerar dispneia e arritmia) e neuropatias gerando dores crônicas graves. Paciente em uso de altas doses de opioides em domicílio para controle da dor”.


O que é linfoma de Hodgkin? 

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), os linfomas não-Hodgkin (LNH) são o nono câncer mais comum na população, principalmente mais velha. São estimados cerca de 12.040 novos casos para cada ano do triênio de 2023 a 2025. No Brasil, famosos já foram diagnosticados com o LNH e tiveram sucesso no tratamento. Dilma Rousseff, Edson Celulari, Reynaldo Gianecchini e Glória Perez são exemplos. Recentemente, o cantor Jorge Aragão foi diagnosticado com a doença, dando início ao tratamento. Já o linfoma de Hodgkin (LH), caso da Isabel, ocupa a 20ª posição entre os tipos de câncer mais frequentes, sendo mais identificado entre adolescentes, adultos jovens e idosos.

Os linfomas são um tipo de câncer que se originam no sistema linfático, composto por linfonodos e tecidos que produzem as células (linfócitos) responsáveis pela defesa do nosso organismo, por meio da produção de anticorpos e vasos linfáticos, que conduzem essas células pelo corpo. Os linfomas provocam o crescimento desenfreado dessas células. Jamille Cunha, hematologista do Grupo SOnHe, grupo de oncologistas e hematologistas de Campinas-SP, explica que o surgimento dos linfomas está relacionado à vulnerabilidade do sistema imunológico do paciente. “Algumas doenças hereditárias, autoimunes, ou até mesmo uso de drogas imunossupressoras e infecções virais, como o HIV, são potenciais fatores de risco para os linfomas”, diz a hematologista.

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Quais os sintomas?

Os sintomas são bastante característicos e, de maneira geral, se manifestam com nódulos aumentados no pescoço ou virilha, possível ocorrência de febre, suores noturnos, emagrecimento, cansaço e coceira no corpo. Conforme os locais acometidos, podem ainda apresentar tosse, falta de ar, dor no peito, aumento do volume abdominal e lesões cutâneas. O diagnóstico requer a realização de biópsia, com a retirada do tecido para análise microscópica das características.

Como são tratados os linfomas?

Com relação ao tratamento, o LH na maioria dos casos, é uma doença curável apresentando uma taxa de cura de mais de 85%. O tratamento clássico é a poliquimioterapia (múltiplas drogas) com ou sem radioterapia associada.  Já o tratamento dos LNH pode ser feito com quimioterapia, imunoterapia, radioterapia, terapias-alvo (substâncias que bloqueiam proteínas ou moléculas envolvidas no crescimento das células cancerígenas) e o transplante de células hematopoiéticas. Para Lorena Bedotti, hematologista do Grupo SOnHe, ações  de conscientização são fundamentais para levar conhecimento e confiança à população. “O tratamento de linfoma está avançado e, quando o diagnóstico é feito nos estágios iniciais da doença, as chances de cura são muito grandes”, explica.