A dengue é uma doença viral transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, que pode causar grande variedade de formas clínicas, desde quadros pouco sintomáticos, até quadros graves e potencialmente fatais -  (crédito: 41330/Pixabay)

Devido ao risco aumentado de complicações, especialistas alertam para a importância de diagnosticar correta e rapidamente a dengue nos idosos

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É fato que os idosos são mais propensos a apresentar mais sequelas ou complicações na saúde quando desenvolvem qualquer tipo de doença, quando comparado ao adulto jovem. E não é diferente com a dengue. Devido ao aumento do número de casos desta arbovirose no Brasil, o Ministério da Saúde está ainda mais preocupado com esse público, especialmente com as pessoas que estão acima dos 80 anos. Isso porque dados da própria pasta apontam que mais da metade (57%) dos pacientes com mais de oito décadas de vida evoluíram para quadros graves, após pegarem a doença transmitida pelo Aedes aegypti.

O clínico geral e geriatra Frederico Brina comenta que a preocupação do Ministério da Saúde é legítima, uma vez que os mais jovens, geralmente, não passam para um quadro grave em casos de contaminação pela doença. "O percentual de pessoas com idades entre 20 e 29 anos que chegam a ficar em estado grave quando estão infectadas com dengue é de apenas 11%", diz.

Devido ao risco aumentado de complicações, o especialista alerta para a importância de diagnosticar correta e rapidamente a dengue nos idosos. Entretanto, esse diagnóstico pode ser desafiador nessa faixa etária, pois a doença pode se apresentar atipicamente com menos sinais e sintomas clínicos. Além disso, um dos pilares do tratamento que envolve a ingestão de líquidos pode ser mais difícil, aumentando o risco de desidratação e complicações. "O ideal é manter o acompanhamento médico e a observação constante. Em caso de alteração do estado geral ou o aparecimento de sintomas, como febre ou dores no corpo, é necessário buscar atendimento o mais rápido possível, para que seja feito o teste de dengue e, se der positivo, receber as orientações e acompanhamento adequados", orienta. Frederico alerta ainda para o risco da automedicação, pois existem vários medicamentos como os anti-inflamatórios que são contraindicados nos casos de dengue.

O geriatra também faz questão de reforçar as orientações básicas para reduzir as chances de contato com o Aedes aegypti, que também pode transmitir outras doenças, como a zika e a chikungunya. "Além de não deixar água parada em casa e orientar os vizinhos sempre que possível, é muito importante o uso de repelentes para afastar o mosquito transmissor, sempre observando se o produto não está causando irritações ou alergias na pele, sobretudo a dos idosos, que habitualmente é mais sensível", diz Frederico. 

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A infecção por dengue pode ser assintomática ou apresentar quadros leves. Abaixo, confira os principais sintomas da doença:

  • Febre
  • Dor no corpo e articulações
  • Dor de cabeça
  • Dor atrás dos olhos
  • Mal-estar
  • Falta de apetite
  • Manchas vermelhas no corpo
  • Diarreia

O clínico geral também alerta para os sinais de alerta e orienta que o paciente procure auxílio médico na presença dos seguintes sinais e sintomas:

  • Dor na barriga intensa e contínua
  • Vômitos persistentes
  • Inchaço pelo corpo
  • Pressão baixa
  • Tonteiras ou desmaios
  • Agitação ou sonolência
  • Sangramentos espontâneos

Como eliminar os criadouros do Aedes aegypti?

  • Mantenha caixas d'água bem tampadas
  • Receba bem os agentes de saúde
  • Amarre bem sacos de lixo
  • Coloque areia ou retire os pratinhos dos vasos de planta
  • Não deixe pneus em locais descobertos
  • Limpe bem as calhas
  • Não acumule sucata e entulho
  • Observe bem garrafas pet, potes e vasos para evitar água parada