Dengue e chikungunya levam Minas Gerais a decretar emergência -  (crédito: EBC - Saúde)

Dengue e chikungunya levam Minas Gerais a decretar emergência

crédito: EBC - Saúde

BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) - O temor de dois anos consecutivos com número elevado de casos de chikungunya, acarretando mortes e sobrecarga no sistema de saúde, levou o governo de Minas Gerais a decretar emergência também pela incidência da doença, que já matou uma pessoa em 2024.

 

Na semana passada o governo mineiro anunciou a medida em relação à dengue. O decreto referente às decisões para as duas doenças foi publicado na edição de sábado (27) no Minas Gerais, o jornal oficial do estado. Ambas são transmitidas pelo mesmo mosquito, Aedes aegypti.

Dados da Secretaria de Estado de Saúde mostram que o número de casos de chikungunya em Minas dobraram em uma semana. O boletim epidemiológico da pasta divulgado nesta segunda (29), registra 6.206 casos da doença.

O relatório anterior, da segunda (22), mostrava 3.067 casos, alta de 102,4%. Os dados são referentes ao acumulado do ano até a data do boletim. Em 2023 foram registrados 84.466 casos da doença em Minas, com 49 mortes.

 

A chikungunya tem tratamento mais complicado que a dengue, exigindo mais dos serviços de saúde, conforme o subsecretário de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, Eduardo Prosdocimi. "O tratamento é mais demorado", aponta.

 

Dengue e chikungunya têm sintomas parecidos. O que difere uma da outra é que na dengue o infectado apresenta fortes dores em todo o corpo, enquanto na chikungunya há dores e inchaços nas articulações.

 

Contribuiu também para a decretação de emergência para a doença o avanço da dengue no estado, e o sistema de saúde tendo que lidar com os impactos no sistema de saúde das duas enfermidades ao mesmo tempo.

 

O decreto de emergência para as duas doenças facilita procedimentos de compra de medicamentos e equipamentos para postos de saúde e hospitais.

 

No mesmo período em que o número de casos de chikungunya dobrou no estado, entre os dias 22 e 29 de janeiro, os registros de dengue tiveram alta percentual semelhante,, passando de 11.490 para 23.389, elevação de 103,5%.

 

O subsecretário de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais afirma que, apesar do número menor de casos de chikungunya, na comparação com a dengue, a doença tem impacto expressivo no sistema de saúde.

 

Isso ocorre porque os sintomas provocados pela chikungunya persistem por mais tempo nos infectados. "Há casos cujo tratamento dura meses", diz o subsecretário. Segundo Prosdocimi, as dores provocadas pela doença provocam retornos frequentes dos pacientes ao sistema de saúde.

 

Cidade com o maior número de casos de dengue, total de 6182 até segunda (29), os centros de saúde de Belo Horizonte, em regime de plantão, atenderam no fim de semana 759 pessoas com sintomas das doenças. A estratégia tem como objetivo desafogar as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento).

 

O decreto de sábado do governo do estado inclui ainda emergência para a incidência de zika, que tem um caso confirmado em Belo Horizonte até esta segunda (29). A doença também é transmitida pelo mosquito aedes e pode causar microcefalia.

 

Em relação à dengue, que também já matou uma pessoa no estado, o Ministério da Saúde anunciou na quinta (25) que 22 municípios de Minas Gerais estão entre os escolhidos para receber a vacina contra a doença. Os critérios definidos na distribuição do imunizante envolvem as regionais de saúde dos estados.

 

É preciso que nela tenha ao menos um município com mais de 100 mil habitantes, alta transmissão da doença e circulação do sorotipo 2. Em Minas as cidades que vão receber as vacinas ficam nas regiões de saúde de Belo Horizonte, centro do estado, e Coronel Fabriciano, no Vale do Mucuri, a nordeste.