Tendências trazidas pelos hospitais do futuro beneficiam tanto pacientes quanto profissionais -  (crédito: Freepik)

Tendências trazidas pelos hospitais do futuro beneficiam tanto pacientes quanto profissionais

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A saúde vem sofrendo transformações substanciais por meio da tecnologia, e até mesmo o modelo de atendimento dos hospitais sentiu o impacto da digitalização e da automação dos processos nos últimos anos. A virada de chave está nos modelos preventivos, capazes de identificar riscos antes que eles se tornem problemas graves, e no maior controle de performance dos cuidados com os pacientes, que garantirão abordagens assertivas e estratégicas.

“O foco está em antecipar riscos à saúde, evitar que as pessoas fiquem doentes a partir de uma mudança comportamental e, especialmente, prover um maior alcance do cuidado. Ou seja, a ideia é democratizar a saúde a ponto de proporcionar mais qualidade de vida para um número maior de pessoas, não importando onde vivem ou estejam”, afirma Marcos Moraes, diretor da vertical de saúde da multinacional brasileira FCamara, ecossistema de tecnologia e inovação.

Nesse sentido, Moraes afirma que o hospital do futuro, ou hospital digital, irá muito além de remediar e trabalhar o assistencial. “Para que essas mudanças aconteçam, é necessário implementar modelos mais inteligentes, eficientes e, principalmente, mais escaláveis, diferentemente do que vemos nos modelos de saúde tradicionais. Esse é o momento, portanto, de se buscar uma boa interoperabilidade de dados, automatização de processos, decisões baseadas em dados, implantação de tecnologias e tudo que proporcione uma experiência centrada no paciente”, aponta.

O especialista elenca grandes tendências trazidas pelos hospitais do futuro, que beneficiam tanto pacientes quanto profissionais:

Hospital-at-Home

Nesse conceito, a tecnologia é aplicada diretamente na casa do paciente. Como exemplos práticos, estão o monitoramento de sinais vitais por meio de wearables, assistência por telemedicina para conversas da equipe médica com pacientes e seus familiares, sistemas de alarme e câmeras móveis.

“É a transcendência do cuidado físico. Leva-se o cuidado e a saúde para onde quer que as pessoas estejam, inclusive em casa. Com isso, também ressignificamos o valor dos leitos hospitalares, pois transformamos a casa dos pacientes em leitos de baixa complexidade”, explica Marcos.

Não será necessário deslocar-se a uma unidade médica para consultas de acompanhamento ou monitoramento de condições crônicas. Afinal, os hospitais do futuro permitirão que os pacientes sejam cuidados também no conforto de seus lares, tornando o atendimento personalizado, ágil e acessível.

Robôs autônomos

A automatização completa dos sistemas de pedidos de suprimentos e rastreamentos otimizam a velocidade do atendimento. “Os robôs autônomos recebem e preenchem pedidos de suprimentos médicos 24 horas por dia, o que diminui o tempo de execução desse serviço e libera os profissionais para dedicarem mais tempo aos pacientes”, pontua o especialista.

Alta interoperabilidade

A interoperabilidade é a capacidade de comunicação entre diferentes sistemas, para que trabalhem de forma integrada, agregando e processando informações de diferentes fontes. Exemplos práticos são os prontuários digitais, que podem receber atualizações de diferentes softwares envolvidos no cuidado do paciente, e os sistemas personalizados de leitos, que dão ao visitante enfermo a autonomia para mudar a temperatura da sala, se comunicar com médicos e enfermeiros, acessar seu histórico de saúde, entre outras ações.

“As tecnologias do hospital também ficam 100% integradas, facilitando o acesso a dados, para que sejam usados a qualquer momento. Ao ter todo o histórico de saúde do paciente acessível em um só lugar, desde exames, sinais vitais, alimentação, vacinas e comportamento, os provedores de saúde conseguem ter uma visão 360º de toda a situação e conseguem oferecer um diagnóstico e um cuidado mais assertivos”, prossegue Moraes.

Telemedicina

Devido à implementação cada vez maior do atendimento in-house, serão utilizadas mais tecnologias para realizar o cuidado remoto dos pacientes. Sendo assim, podemos citar as teleconsultas, telediagnóstico, teleinterconsultas, entre outras ramificações do universo da telemedicina.

Wearables

Esses dispositivos vestíveis serão usados para o monitoramento 24 horas das pessoas. Como resultado disso, o cuidado hospitalar poderá ser levado não apenas para casa, como nos atendimentos in-house, mas para onde quer que as pessoas estejam, seja ainda no trabalho ou no lazer. A partir desses devices, os agentes de saúde poderão receber alertas de riscos e agir de forma preventiva, tomando decisões baseadas nos indicadores monitorados.

IA & Modelos Data Driven

Assim como em vários setores, o de saúde também tem sido modificado pela inteligência artificial. Ela será a base para melhorar as tomadas de decisões clínicas e principalmente proporcionar diagnósticos médicos. Afinal, a partir de modelos data driven, os hospitais conseguirão usar os dados de forma estratégica. Logo, também será possível auxiliar os profissionais de saúde a desempenharem seu papel de maneira ainda mais acertada, potencializando suas ações.

Metaverso

Essa tecnologia, em união com as tecnologias de realidade virtual e aumentada, será gradualmente mais utilizada no universo hospitalar. Sua aplicação se tornará crucial para realizar e otimizar o treinamento de profissionais médicos, simulações clínicas e processos preparatórios para cirurgias de alta complexidade.