Juros em 2026: os sinais do que virá nas primeiras reuniões do Copom
Mercado ainda está dividido sobre quando o Banco Central iniciará o processo de redução da Selic. Uma parte dos analistas aposta em janeiro. Outra, em março
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A próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) ocorrerá em 27 e 28 de janeiro com o mercado dividido sobre os rumos da Selic. Uma parte dos economistas já aposta na queda dos juros no primeiro mês de 2026 enquanto outra parte prevê que o ciclo de cortes começará só em março.
A falta de unanimidade tem amparo no discurso duro dos diretores do Banco Central, que não sinalizaram no comunicado e na ata da última reunião a disposição em diminuir a taxa, atualmente em 15%.
Em relatório aos clientes, o economista-chefe da XP, Caio Megale, afirmou que a mensagem é clara no sentido de apontar que os integrantes do Copom precisam de mais tempo e de mais informações para iniciar um ciclo de cortes de juros.
Segundo ele, as afirmações dos diretores da autoridade monetária de que as expectativas “permanecem acima da meta de inflação em todos os horizontes”, de que “os vetores inflacionários se mantêm adversos” e de que “o cenário prescreve uma política monetária significativamente contracionista por período bastante prolongado” reforçam a expectativa de corte de juros somente em março.
“Projetamos seis cortes consecutivos de 0,50 ponto percentual, com a taxa Selic encerrando 2026 em 12,00%”, previu logo após a divulgação da última ata.
Os economistas Iana Ferrão, Bruno Balassiano e Bruno Martins, do BTG Pactual, esperam um corte de 0,25 ponto percentual dos juros já na reunião de janeiro. Segundo eles, a ata do Copom teve um tom mais ameno do que o comunicado ao promover ajustes sutis, porém relevantes, na linguagem, que reduzem amarras na comunicação e pavimentam o caminho para o início do ciclo de queda de Selic.
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“A menos que haja surpresas relevantes nos dados ou uma depreciação cambial significativa, entendemos que o início do ciclo de cortes em janeiro é hoje o cenário mais provável. Esse movimento seria compatível com a manutenção de uma política monetária significativamente contracionista, dado que o juro real permanece bem acima das estimativas usuais de juro neutro”, afirmaram os analistas.