Crise longe do fim: Correios precisam de mais R$ 8 bilhões e aporte da União é opção
Presidente da estatal, Emmanoel Schmidt Rondon, diz que a companhia negociará um novo empréstimo ao longo de 2026 para tirar do papel todas as ações previstas no plano recuperação. Um aporte de recursos da União não está descartado
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O presidente dos Correios, Emmanoel Schmidt Rondon (foto), afirmou nesta segunda-feira, 29, que a empresa precisa de mais R$ 8 bilhões para bancar o plano de reestruturação, além dos R$ 12 bilhões que conseguiu em um empréstimo com Banco do Brasil, Caixa, Bradesco, Itaú Unibanco e Santander.
Segundo ele, uma nova rodada de negociações para a contratação de operação de crédito será feita pela estatal ao longo de 2026. Um aporte de recursos da União não está descartado, caso a empresa pública não consiga o dinheiro via financiamento.
“Essa necessidade de captação [de R$ 8 bilhões] vai ser vista em 2026. Se a melhor opção é aporte [do Tesouro] ou outra operação de crédito, não está definido ainda”, disse Rondon durante entrevista em Brasília.
Segundo o presidente dos Correios, caso nada fosse feito para recuperar a companhia, o rombo nas contas chegaria a R$ 23 bilhões em 2026.
Carência de três anos
Da primeira linha de crédito de R$ 12 bilhões, R$ 10 bilhões serão repassados à estatal até 31 de dezembro e outros R$ 2 bilhões até 30 de janeiro de 2026. A companhia terá três anos de carência e começará a fazer os pagamentos mensais do contrato em dezembro de 2028. O prazo para terminar de pagar vai até 2040.
Com o valor do financiamento, diz Rondon, a empresa quitará e renegociará as obrigações em atraso, deve recuperar o desempenho operacional e a confiança dos clientes.
Na segunda fase do plano de recuperação, os Correios pretendem desligar voluntariamente 15 mil empregados, dos quais 10 mil em 2026 e 5 mil em 2027, além de revisar os planos de saúde e de previdência. A empresa espera, com essas medidas, economizar R$ 2,1 bilhões ao ano a partir de 2027.
A estatal também pretender fechar mil unidades que dão prejuízo, além de melhorar a logística de entregas. Rondon, entretanto, não detalhou as iniciativas para aperfeiçoar esses processos. A estimativa de economia anual com essas medidas é de R$ 2,1 bilhões. A empresa também quer firmas novas parcerias com o setor privado para aumentar a receita anual em R$ 1,7 bilhão.
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Por fim, a ideia é vender imóveis ou constituir um fundo que pode gerar R$ 1,5 bilhão de receita. Os detalhes sobre esse fundo também não foram apresentados por Rondon.