Haddad e Galípolo entram de férias e mercado já espera volatilidade eleitoral em 2026
Economistas preveem maiores oscilações no preço dos ativos diante da falta de sinalizações fiscais mais claras por parte dos principais atores políticos
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O ministro Fernando Haddad (Fazenda) entrou de férias nesta segunda-feira, 22, e só deve voltar a trabalhar em Brasília em 11 de janeiro. No Banco Central, a expectativa é de que o presidente da instituição, Gabriel Galípolo, tire apenas alguns dias de descanso, entre 25 e 28 de dezembro.
Enquanto os principais expoentes da equipe econômica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva reduzem o ritmo de trabalho, no mercado a previsão é de que o próximo ano será de grande volatilidade, diante das eleições. No último relatório do ano, a economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Natalie Victal, afirmou que trabalha com o cenário de uma eleição presidencial disputada até o final, com volatilidade recorrente na percepção de favoritismo e ausência, por ora, de sinalizações fiscais mais claras por parte dos principais atores políticos.
Na prática, o valor do dólar e as cotações da B3 devem oscilar durante todo o ano. “Esse ambiente tende a manter elevado o grau de incerteza ao longo de 2026, antecipando o debate eleitoral e reduzindo a previsibilidade do cenário macroeconômico à medida que o calendário avança”, diz Victal.
Nas contas da economista, o PIB deve crescer 2% no próximo ano, diante de um mercado de trabalho ainda robusto e a presença de estímulos — explícitos ou implícitos — que dificultam uma desaceleração mais pronunciada da economia.
“Como resultante, vemos um cenário menos favorável para cortes mais intensos da Selic. Revisamos nossa projeção para a taxa terminal de 2026 para 13%, com quatro cortes de 0,5 ponto percentual a partir de março, seguidos por uma pausa a partir da reunião de setembro, refletindo a maior incerteza associada ao período eleitoral. Para 2027, projetamos a Selic em 11,25%, cenário que dependerá de forma crucial das diretrizes de política econômica a serem anunciadas pelo governo eleito em 2026”, concluiu.
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Viagem depois da posse
No Palácio do Planalto, Lula participa na manhã desta terça-feira da cerimônia de posse do novo ministro do Turismo, Gustavo Feliciano. Mais tarde, o petista deve embarcar para passar o Natal em São Paulo com a família. No dia 26 ou 27 de dezembro, ele segue para a Restinga da Marambaia, no litoral do o Rio de Janeiro, onde ficará para a virada do ano em uma praia privativa controlada pelas Forças Armadas.