De volta à Câmara, Heloísa Helena quer CPI do Banco Master e fim das bets
Com mandato de seis meses, Heloísa Helena promete oposição à esquerda ao governo Lula, com quem é rompida
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Heloísa Helena voltou ao Congresso, depois de 18 anos, para substituir o deputado Glauber Braga nos seis meses de suspensão do mandato dele na Câmara. Nesse regresso, a deputada tem como objetivos brigar por uma CPI do Banco Master e pela proibição das bets e promete uma oposição à esquerda ao governo Lula. Ela foi expulsa do PT no início dos anos 2000 e desde então é rompida com o presidente.
“Tenho grandes amigos e ferozes adversários no PT. Eles são ferozes comigo e eu sou feroz com eles. Eu só não gosto de sorriso na boca e bílis no coração, sorriso na boca e facada nas costas”, disse à coluna.
Em seu partido atual, a Rede, Heloísa Helena viveu uma crise com Marina Silva e com um de seus aliados, o deputado Túlio Gadelha. A nova deputada federal é vizinha de porta de Gadelha, no Anexo 4 da Câmara. A relação está tranquila, disse Heloísa, que lamentou voltar à Casa após a suspensão de Braga, classificada por ela como “truculenta e covarde”.
No retorno ao Congresso, dominado pelo Centrão, a deputada tem uma avaliação crítica sobre o Legislativo:
“Todo mundo fica repetindo que o Congresso está pior. Eu já vivenciei o Congresso, eu não passei em um mar de rosas nem um clube encantado de pessoas maravilhosas”, afirmou. “É um Congresso que reproduz a forma como a sociedade, de uma forma em geral, interpreta a democracia representativa, suas escolhas políticas, e como a elite política e econômica consegue se consolidar parasitando o aparelho de Estado”, concluiu.
Ainda montando sua equipe, Heloísa Helena pretende apresentar projetos de lei nas áreas de saúde, educação, meio ambiente, segurança pública e emprego. Será também uma das militantes na Câmara contra o fim da jornada 6×1.
Apesar da vitrine que pode conquistar com seis meses de mandato em um ano eleitoral, ela disse que ainda não sabe se vai disputar alguma vaga na eleição pelo Rio de Janeiro. Para ela, a situação no estado está “gravíssima”.