Os motivos de Lula para não romper com Motta, apesar dos solavancos na relação

O presidente classifica os movimentos do comandante da Câmara como próprios da democracia. Evita assim acirrar ainda mais os ânimos no Congresso

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Embora deputados petistas avaliem que a relação de Lula com o Hugo Motta esteja chegando em um “ponto de não retorno”, por causa dos episódios relacionados à aprovação do PL da Dosimetria, a ideia de um rompimento político não está no plano imediato do governo. Nesta quarta-feira, 10, Lula evitou fazer críticas diretas ao presidente da Câmara.

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“Estou muito tranquilo com o que está acontecendo no Brasil. Essa desavença da Câmara é própria da democracia. A gente estava desabituado a isso”, disse o presidente, durante cerimônia no Palácio do Planalto sobre anúncios do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

O comportamento de Lula se explica, em parte, por pragmatismo. O governo sabe que, com base minoritária na Câmara, fica em desvantagem para bancar um rompimento.

Sob outro aspecto, a mais recente ofensiva de Motta foi considerada pelo presidente como “mais do mesmo”. “É Motta sendo Motta”, de acordo com um interlocutor de Lula.

Como exemplo, governistas lembram que o presidente da Câmara esteve reunido com ministros e com líderes da base governista na segunda-feira, 8, e não mencionou que levaria adiante a votação do PL da Dosimetria, que reduz as penas dos condenados por tentativa de golpe de Estado. Comparam esse fato à entrega da relatoria do PL Antifacção, também sem avisar o Planalto, ao deputado oposicionista Guilherme Derrite (PP-SP).

Nesse quadro, o governo avalia que é melhor manter a relação com Motta e suas “falsas equivalências”, como dizem os petistas, do que não ter mais seus projetos na área econômica votados na Câmara. O foco da equipe econômica, no momento, é a proposta de corte de benefícios tributários que pode ser aprovada pelos deputados na próxima semana. 

Embora haja uma insatisfação forte quanto ao desempenho de Motta, o Planalto entende, que no próximo ano, com a proximidade das eleições, a atividade do Congresso não estará tão intensa, o que pode contribuir para uma relação mais cordial e, diante disso, a ordem é esperar o recesso de fim de ano sem provocar mais sobressaltos com o comando da Câmara.

Mas há no Planalto um cálculo que depende das urnas em 2026. Caso Lula vença a disputa, o tamanho da bancada eleita vai definir a relação que ele terá com o próximo presidente da Câmara. Se o petista tiver a base ampliada, dificilmente Motta terá o apoio do governo para uma possível recondução. Se a base diminuir, Lula será obrigado a se render de novo às circunstâncias e aceitar uma composição com o Centrão. Tudo isso, partindo-se do princípio de que o presidente da Câmara será eleito para mais um mandato, o que depende dos eleitores.

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