Copom mantém discurso duro, Selic em 15% e não sinaliza queda de juros em janeiro
Diretores do Banco Central mantiveram o tom dos últimos comunicados em que afirmaram que o momento exige uma Selic em 15% por "período bastante prolongado"
compartilhe
SIGA
O Copom (Comitê de Política Monetária) manteve os juros em 15% em uma decisão amplamente esperada pelo mercado. Entretanto, a autoridade monetária manteve o discurso conservador dos últimos comunicados e não sinalizou qualquer espaço para a queda de juros na próxima reunião do colegiado, em janeiro. Com isso, as apostas dos economistas devem migrar para que o ciclo de cortes comece em março.
“O cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho. Para assegurar a convergência da inflação à meta em ambiente de expectativas desancoradas, exige-se uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado”, afirmaram os diretores do BC.
Os integrantes do Copom ainda mantiveram no comunicado o trecho em que sinaliza que pode, inclusive, subir os juros se achar necessário. “O Comitê enfatiza que seguirá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado”, informou o colegiado.
Apesar de não dar margem para a queda de juros, os diretores do BC reduziram a projeção de inflação para o segundo trimestre de 2027, de 3,3% para 3,2%. A meta é de 3%. Esse dado é importante já que a autoridade monetária projeta os efeitos da alta, da manutenção ou da queda de juros em até 18 meses. Com isso, em janeiro de 2026, é possível que a projeção de inflação volte a cair, o que abriria espaço para o início do ciclo de cortes em março.