Pesquisa mostra o uso da violência digital para calar mulheres na política

Estudo analisou mensagens online e entrevistou 28 mulheres líderes nacionais

Publicidade
Carregando...

A Data-Pop Alliance, em parceria com a ODI Global, vai lançar na quinta-feira, 11, um amplo estudo sobre o uso sistemático da violência digital para silenciar as mulheres na política e ameaçar a democracia. A pesquisa mostra que os ataques se ampliam quando mulheres ocupam cargos de destaque, ganham projeção nacional, defendem pautas polarizadoras ou entram em conflito com figuras politicamente influentes.

Fique por dentro das notícias que importam para você!

SIGA O ESTADO DE MINAS NO Google Discover Icon Google Discover SIGA O EM NO Google Discover Icon Google Discover

O levantamento analisou 6.426 mensagens publicadas no Telegram, das quais 1.165 foram classificadas como ataques. Também foram entrevistadas 28 mulheres eleitas e lideranças partidárias de 13 partidos e examinados estatutos e sites oficiais de 20 legendas com representação no Congresso.

Segundo os pesquisadores, a intensidade das agressões está mais associada à visibilidade pública das mulheres do que a períodos eleitorais.

A pesquisa mostrou que a violência não atinge todas de forma igual: mulheres negras e indígenas são alvos de agressões racializadas e de estereótipos coloniais; mulheres trans enfrentam ataques agravados por transfobia; mulheres brancas aparecem mais expostas a críticas baseadas em moralização, aparência ou idade.

O estudo também identificou que a violência atravessa todo o espectro político. Mulheres de direita relataram ataques inclusive de aliados e de estruturas internas dos próprios partidos, com episódios de vazamento de dados pessoais e sabotagem política, o que indica o uso da violência digital como instrumento de controle partidário.

Apesar da gravidade do problema, a análise mostrou que nenhum dos 20 partidos avaliados possui estratégias específicas para lidar com a violência digital contra mulheres. Em geral, as respostas são fragmentadas e tratam o fenômeno como uma extensão da violência de gênero offline, sem considerar como as plataformas digitais ampliam e coordenam os ataques.

Segundo o estudo, os impactos ultrapassam o ambiente virtual e incluem adoecimento emocional, ameaças a familiares, custos com segurança e afastamento da vida pública. Ao restringir a presença feminina na política, concluiu a pesquisa, a violência digital compromete a representatividade e a qualidade do debate democrático no país.

O estudo foi coordenado e executado por Julie Ricard, Anna Spinardi, Amanda Quitério de Gois e Ergon Cugler, pesquisadores da Data-Pop Alliance, com participação do CEAPG/FGV e do laboratório DesinfoPop.

Tópicos relacionados:

guilherme-amado

Acesse o Clube do Assinante

Clique aqui para finalizar a ativação.

Acesse sua conta

Se você já possui cadastro no Estado de Minas, informe e-mail/matrícula e senha. Se ainda não tem,

Informe seus dados para criar uma conta:

Digite seu e-mail da conta para enviarmos os passos para a recuperação de senha:

Faça a sua assinatura

Estado de Minas

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Aproveite o melhor do Estado de Minas: conteúdos exclusivos, colunistas renomados e muitos benefícios para você

Assine agora
overflay