Atuação ‘omissiva dolosa e estruturada’: o voto de Moraes sobre a PM no 8 de Janeiro

Relator defendeu pena exemplar para condenar cinco dos sete réus que, no início de 2023, estavam no comando do policiamento de Brasília e ignoraram alertas sobre riscos para favorecer manifestantes, antes da quebradeira na Praça dos Três Poderes

Publicidade
Carregando...

Na mesma semana em que determinou a prisão de militares de altas patentes das Forças Armadas para início do cumprimento da pena por tentativa de golpe de Estado, o STF (Supremo Tribunal Federal) começou o julgamento dos ex-integrantes da cúpula da PM (Polícia Militar) do Distrito Federal pela atuação no 8 de Janeiro. O ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, votou nesta sexta-feira, 28, para absolver dois réus e condenar cinco por omissão no dia da quebradeira na Praça dos Três Poderes.

Fique por dentro das notícias que importam para você!

SIGA O ESTADO DE MINAS NO Google Discover Icon Google Discover SIGA O EM NO Google Discover Icon Google Discover

O julgamento no plenário virtual segue em votação até a próxima semana e pode definir as penas dos sete réus. Moraes entendeu que cinco dos sete oficiais que eram da cúpula da PM no governo do Distrito Federal, em 2023, “aderiram subjetivamente” à trama golpista e se “omitiram na contenção” dos ataques no 8 de Janeiro. O relator pediu 16 anos de pena para cada.

“A atuação da Polícia Militar do Distrito Federal nos eventos de 8 de janeiro de 2023 não pode ser compreendida como resultado de falhas pontuais ou imprevisões operacionais”, afirma Moraes no voto. Segundo o ministro os “fatos evidenciam uma atuação omissiva, dolosa e estruturada, cujo início remonta ao período anterior ao segundo turno das eleições presidenciais de 2022, prolongando-se até o momento da invasão e depredação dos prédios dos Três Poderes”.

O ministro destacou em seu voto a necessidade de sanções “à altura” por parte do Estado “para evitar a constante repetição na história brasileira da transformação de grupos políticos, apoiados em setores militares, em organizações criminosas”. Para ele, a pena deve desencorajar quem tente” obstruir a “manutenção da normalidade democrática”.

O ministro votou por condenar o ex-comandante-geral da PM do DF Fábio Augusto Vieira, o ex-subcomandante-geral da PM Klepter Rosa Gonçalves, o coronel da PM Jorge Eduardo Barreto Naime, o coronel Paulo Ferreira de Sousa Bezerra e o coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos. O major Flávio Silvestre de Alencar e o tenente Rafael Pereira Martins foram absolvidos pelo relator, por falta de provas que confirmassem os crimes denunciados. Todos eram subordinados, em janeiro de 2023, a Anderson Torres, que era secretário de segurança do governo do DF, depois de deixar o ministério da Justiça, e começou a cumprir pena nesta semana condenado no processo do golpe de Estado. 

Os ministros Flavio Dino, presidente da turma, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin votam sem ordem pré-definida. O julgamento se encerra no dia 5.

Tópicos relacionados:

reportagem

Acesse o Clube do Assinante

Clique aqui para finalizar a ativação.

Acesse sua conta

Se você já possui cadastro no Estado de Minas, informe e-mail/matrícula e senha. Se ainda não tem,

Informe seus dados para criar uma conta:

Digite seu e-mail da conta para enviarmos os passos para a recuperação de senha:

Faça a sua assinatura

Estado de Minas

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Aproveite o melhor do Estado de Minas: conteúdos exclusivos, colunistas renomados e muitos benefícios para você

Assine agora
overflay