Moraes vai verificar ‘constitucionalidade’ de ação letal no Rio defendida por Castro

De volta a Brasília, ministro cruza dados entregues por governador com informações do Ministério Público, de peritos e da Defensoria Pública. Finalizada essa fase, o Supremo decide se houve descumprimento por parte de autoridades estaduais das normas estabelecidas para esse tipo de operação

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O ministro do STF Alexandre de Moraes retornou a Brasília depois de visitar a sede do governo do Rio de Janeiro e o quartel-general da cúpula da segurança pública do estado, ao lado do governador, Cláudio Castro (PL), nesta segunda-feira, 3. O objetivo da viagem foi obter informações sobre a operação policial contra o Comando Vermelho, na semana passada, quer terminou com 121 pessoas mortas, entre elas quatro policiais.

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“Relator tampão” da “ADPF das Favelas”, Moraes vai confrontar os relatos coletados na visita ao governo do Rio com os informes obtidos com o Ministério Público, a Defensoria Pública e os peritos criminais. Esses dados serão cruzados e o resultado será levado a entidades civis em uma audiência pública na manhã de quarta-feira, 5, na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal.

Castro entregou a Moraes um relatório detalhado com dados oficiais que confirmam, segundo o governador, que não houve mortos “não pertencentes à organização criminosa” CV e que a ação seguiu os “parâmetros constitucionais” estabelecidos na “ADPF das Favelas”, julgada pelo STF em abril. No documento anexado na ação há uma lista de alvos da facção, com nomes e fotos. Os registros de armas apreendidas, prisões, vítimas e todos os procedimentos adotados também estão no material. 

O governador recebeu Moraes pela manhã no Palácio Guanabara, sede do governo, de onde os dois seguiram para o Centro Integrado de Comando e Controle, o QG das forças de segurança do Rio. O ministro teve acesso a dados e foi levado para conhecer os painéis de controle, os comandos operacionais das forças de segurança e os agentes envolvidos na operação. O encontro durou duas horas e meia, aproximadamente. Os dois se reuniram em sala fechada com a cúpula da segurança e depois circularam pela central de comando e departamentos do centro integrado.

Na reunião, Castro afirmou que foram atendidas exigências do STF, como uso de câmeras corporais e supervisão e controle das corregedorias e do Ministério Público. Ele reconheceu, porém, problemas para a preservação dos locais de crimes para perícias e alegou que, em parte, a “contaminação” das provas foi involuntária. Um dos relatos feitos e registrados no documento que embasa a ação do STF informa que corpos foram retirados pelos moradores. Alguns  foram levados para um hospital da região ou para a praça da Penha, antes dos peritos. Esses casos estão sob investigação em inquérito aberto na semana passada sobre possível fraude processual.

O documento entregue pelo governador do Rio lista dados sobre os dezoito itens que a “ADPF das Favelas” estabeleceu como determinações a serem seguidas em grandes operações de retomada do controle dos morros, como a da semana passada. São medidas como: dados sobre a definição prévia do grau de força adequado e justificativa, total de agentes envolvidos, identificação das forças e armamentos da ação, adoção de medidas para garantir a responsabilização em caso de eventuais abusos e violações de direitos, dados de preservação dos locais para perícia e conservação de vestígios de crimes, acompanhamento pelas corregedorias das polícias Civil e Militar.

Audiência Pública
Moraes passou a segunda-feira no Rio. O último encontro foi com o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD). O ministro retoma os trabalhos no STF nesta terça-feira, 4, e na quarta realiza audiência pública na Primeira Turma com entidades de direitos humanos, de moradores, de presos e outros órgãos, como: o Conselho Nacional de Direitos Humanos, Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio, a ONG Instituto Anjos da Liberdade, Associação Redes de Desenvolvimento da Maré, Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência e Movimento Mães de Manguinhos.

Após encerrada as perícias, inquéritos e trabalhos do MP e das corregedorias das polícias sobre o caso, o STF deve decidir se o governo do estado e autoridades devem ser responsabilizados por eventuais descumprimentos da “ADPF das Favelas”. Mudanças pontuais nas diretrizes estabelecidas pela ação podem ser adotadas.

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