Em reação à derrota, governo vai endurecer discurso contra Congresso e ‘ricaços’

Planalto aposta nas pressões da população para tentar reverter efeitos da derrubada da medida provisória que aumentava impostos. Lula fala em "taxação dos bilionários"

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Depois de perder na votação da medida provisória que poderia render cerca de R$ 31 bilhões em receitas, o Planalto tenta executar a difícil tarefa de transformar a derrota no Congresso em uma vitória diante da população. Pelo menos duas linhas de comunicação estão definidas, ambas com viés eleitoral. O discurso ensaiado antecipa bandeiras que serão defendidas na campanha de 2026.

Uma das orientações é expor a “falta de responsabilidade” dos deputados com o equilíbrio fiscal e caracterizar os deputados que ficaram contra a MP como “inimigos do povo”, mote da campanha nas redes sociais desencadeada depois da derrubada do aumento do IOF pela Câmara, em junho, e nas manifestações contra a anistia e a “PEC da Blindagem”. Com viés eleitoral, 

Outra linha de ação é apresentar uma série de ações para compensar a derrubada da MP, com taxação de setores que, segundo o governo, pagam pouco ou nenhum imposto. Para definir esse novo pacote de arrecadação, Lula terá uma reunião com o ministro Fernando Haddad (Fazenda) na próxima semana.

Nas duas frentes, o Palácio aposta no endurecimento contra os adversários das medidas econômicas do governo. O tom da reação foi dado por Lula no dia seguinte à derrota na Câmara. Ao participar de um evento na fábrica da BYD, em Camaçari (BA), o presidente se referiu à decisão de “uma parte do Congresso” que impediu a taxação “dos bilionários deste país”, os que “ganham muito e pagam pouco”. Se um trabalhador “pode pagar 27,5%, por que um ricaço não pode pagar 18%?”, disse o petista. 

“Eles podem saber que é uma questão de dias, eles vão pagar o imposto que merecem aqui no Brasil porque o povo trabalhador não vai deixar isso barato”, afirmou o presidente.

Emendas parlamentares
No esforço de fechar as contas, o governo também estuda o bloqueio de cerca de R$ 10 bilhões de emendas parlamentares. Essa medida é possível, mas teria potencial para provocar mais um foco de crise entre o Planalto e o Congresso.

Responsável pela relação do governo com o Parlamento, a ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) também endureceu o discurso. Em postagem na internet, ela usou o termo “sabotagem” ao se referir aos deputados que votaram contra a MP dos impostos. “Quem votou na Câmara para derrubar a MP que taxava os super ricos votou contra o país e o povo”, escreveu a ministra.

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