Ex-ministro da Defesa, general que rifou Bolsonaro não convence Alexandre de Moraes
Defesa de Paulo Sérgio Nogueira disse que ele tentou ‘demover’ Bolsonaro de medida de exceção, mas Moraes discordou fortemente
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Não surtiram qualquer efeito sobre Alexandre de Moraes os esforços do advogado do ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira em alegar que ele tentou “demover” Jair Bolsonaro a não adotar uma “medida de exceção” após perder a eleição presidencial de 2022.
Na leitura de seu duro voto na Primeira Turma do STF, nesta terça-feira, 9, Moraes não amaciou a situação do general. Pelo contrário.
Ao citar uma reunião em 14 de dezembro de 2022 na sede do Ministério da Defesa entre Paulo Sérgio e os então comandantes das três Forças Armadas, Moraes disse que a postura do ministro em apresentar uma minuta golpista aos interlocutores mostra que ele não tentou contemporizar coisa alguma.
O documento previa a decretação de Estado de Defesa, instituía uma “comissão de regularidade eleitoral” e impediria a posse de Lula.
Disse Moraes, para quem Paulo Sérgio teve “função central na estrutura criminosa”:
“Não encontra guarida na prova dos autos a alegação do réu Paulo Sérgio de que tentou conciliar. Não há conciliação, apaziguamento com golpe de Estado e quebra da democracia. Quem tenta conciliar não leva, mostra e defende minuta de decreto golpista, minuta de decreto que impede a posse, afasta o TSE, acaba com o TSE e coloca no lugar uma comissão de regularidade eleitoral. Isso não é tentativa de conciliar, é tentativa de obter adesão dos comandantes das duas forças para o golpe. Repito: para efetivação do golpe”.