O empresário Igor Dias Delecrode compareceu à CPMI do INSS, que apura fraudes na Previdência, nessa segunda-feira (10/11). Acusado de ser peça chave na articulação do esquema, ele ficou calado durante a maior parte do depoimento, inclusive quando recebeu um questionamento inusitado sobre seu sapato.

Aos 28 anos, Delecrode é acusado de desenvolver um sistema para fraudar biometrias e assinaturas digitais no INSS. A investigação aponta que a ferramenta ajudou a dar aparência de legalidade aos descontos indevidos.

Ao chegar no Congresso Nacional nessa segunda, o investigado vestia um sapato da grife francesa Hermés avaliado em R$ 9,3 mil. Membro da CPMI, o deputado federal Duarte Jr. (PSB-MA) reparou no item e interrogou Delecrode.

Sapato de R$ 9 mil

“Lhe faço uma pergunta que você precisa responder. Você veio a essa audiência usando um sapato - é verdade essa afirmação?”, questionou o parlamentar.

O empresário disse que iria permanecer em silêncio, mas Duarte Jr. insistiu, perguntando a marca do sapato utilizado por Delecrode, que novamente se negou a responder.

“Você está utilizando essa 'botinha sem meia' da marca Hermés. Ele não quis responder porque sabe que dizer a simples marca do seu sapato lhe incrimina. Esse sapato custa nada mais nada menos que R$ 9.300. Isso demonstra o quão nojento você é”, disparou o deputado, revelando uma foto do calçado utilizado pelo empresário tirada anteriormente.

Duarte Jr. então apontou hipocrisia no investigado, acusado de receber R$ 15 milhões em menos de um ano nas fraudes do INSS. Após a oitiva, a CPMI determinou a apreensão do celular de Delecrode, um Iphone 17, mas seu advogado o orientou a não fornecer a senha de acesso.

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