Acordo adia votação dos vetos de Lula ao Propag no Congresso
Votação pode ocorrer no dia 15 de julho, antes do recesso parlamentar, mas depende da convocação pelo presidente do Congresso
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Um acordo das lideranças do Congresso Nacional adiou a votação dos vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Programa de Pleno Pagamento da Dívida dos Estados (Propag), que ocorreria na sessão conjunta desta terça-feira (17/6). O assunto é a principal pauta de interesse do Governo de Minas Gerais em Brasília, uma vez que a gestão Romeu Zema (Novo) tenta renegociar uma dívida de R$ 165 bilhões com a União.
Segundo o líder do governo, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), os vetos devem ser analisados na próxima sessão conjunta. “Eu fui procurado pelo governador do Rio de Janeiro (Claudio Castro, PL) e ele solicitou um tempo para o diálogo que está sendo travado entre os governos do Rio, São Paulo, Santa Catarina, Goiás, Minas Gerais, sobre os vetos com o governo federal, e para que seja apreciado na próxima sessão do Congresso”, disse.
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Inicialmente, a pauta publicada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), tinha 58 vetos do presidente Lula, e outros dois do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda de 2022. Porém, o acordo dos líderes adiou a votação de 29 negativas do chefe do Executivo federal.
A convocação da sessão conjunta para análise dos vetos é prerrogativa do presidente do Senado Federal. O regimento do legislativo fixa como data de convocação da sessão a terceira terça-feira de cada mês, assim, os vetos ao Propag podem ser analisados no dia 15 de julho, pouco antes do recesso parlamentar.
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Segundo cálculos da Secretaria de Estado de Fazenda (SEF) apresentados para a bancada de deputados federais mineiros, os vetos do presidente teriam um impacto de R$ 6,132 bilhões no serviço da dívida em 2026, considerando uma amortização extraordinária de 20% do débito em ativos - plano do governo para zerar os juros de 4% de correção das parcelas. Por outro lado, o Propag original, sem os vetos, teria um impacto de R$ 2,884 bilhões.
Três vetos são considerados fundamentais pelo Palácio Tiradentes. O estado quer derrubar o veto ao uso do Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional (FNDR). Segundo estudos da SEF, a negativa de Lula resulta em menos R$ 18 bilhões que poderiam ser usados para amortização de 20% do saldo devedor (R$ 165 bilhões).
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Outro veto foi a não inclusão das dívidas garantidas, que são débitos com outras instituições financeiras e que estavam negociadas no Regime de Recuperação Fiscal. De acordo com estudo da SEF, o impacto do Propag sem esse veto seria de R$ 1,7 bilhão em 2026, enquanto a negativa subiu a previsão para R$ 4,64 bilhões.
Por fim, o veto à suspensão dos limites de gastos com pessoal na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Como consequência, o estado tem que retornar ao limite de gastos com servidores em dois quadrimestres, caso extrapole os 49% do total da Receita Corrente Líquida (RCL).