Lula repete versão falsa sobre ataque a José Serra em 2010
Sindicalista que participou de ação que gerou briga em ato há 15 anos foi homenageado em palanque no RJ
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CAMPOS DOS GOYTACAZES, RJ (FOLHAPRESS) - O presidente Lula repetiu nesta segunda-feira (14) a falsa versão de que o ex-senador José Serra (PSDB) foi atingido apenas por uma bolinha de papel durante o ataque que sofreu em um ato da campanha presidencial de 2010.
Em evento em Campos dos Goytacazes (RJ) de inauguração do novo campus da UFF (Universidade Federal Fluminense), Lula homenageou o presidente da CUT no Rio, Sandro Cezar, envolvido na confusão na qual Serra foi alvo.
"Esses companheiros ficaram famosos de perseguir a candidatura do Serra [em 2010]. Depois eles jogaram uma bola de papel que inventaram que era pedra. Inventaram que era uma pedra e esses companheiros foram perseguidos durante muito tempo na questão da profissão deles", afirmou o presidente.
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Lula faz referência a uma briga ocorrida durante uma caminhada de Serra no calçadão de Campo Grande, na zona oeste do Rio de Janeiro, em outubro de 2010. Um grupo de trabalhadores de combate a endemias (conhecidos como "mata-mosquitos") protestava contra o então candidato à Presidência, também ex-ministro da Saúde, quando entraram em confronto com os aliados do tucano.
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Ao fim da confusão, que durou os cerca de 15 minutos de caminhada, pedras, mastros de bandeira e outros objetos foram lançados em direção a Serra. Neste momento, o então presidenciável colocou as mãos na cabeça por, segundo ele e aliados, ter sido atingido por um objeto. No mesmo tumulto, uma repórter da TV Globo levou uma pedrada.
No dia seguinte, a ex-presidente Dilma Rousseff, em sua primeira candidatura, lamentou o episódio.
A versão repetida por Lula nesta segunda surgiu no dia seguinte em uma reportagem do SBT, que flagrou uma bolinha de papel atingindo a cabeça de Serra no início da confusão, cerca de 15 minutos antes do momento mais intenso da briga.
À época, em seu segundo mandato, o petista ironizou Serra: "Ontem, venderam o dia inteiro que esse homem [Serra] tinha sido agredido. [...] Uma mentira mais grave do que a mentira daquele goleiro Rojas".
Posteriormente, a direção do SBT reconheceu que sua reportagem não havia registrado o momento mais tenso da confusão, filmado apenas pela Folha de S.Paulo. A emissora exibiu nova reportagem dias depois, descrevendo o tumulto na íntegra.
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A TV Globo, um dia após a crítica de Lula, contratou o perito Ricardo Molina para analisar as imagens. Ele concluiu que Serra foi atingido por um objeto semelhante a um rolo de adesivos.