O senador Sergio Moro (União Brasil) disse que o governo Lula (PT) abandonou o combate à corrupção e atuou para que fosse suspensa a Lei das Estatais. A declaração foi dada durante entrevista para a GloboNews, nesta quarta-feira (10/4).

 

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“A gente vê hoje um governo, que, infelizmente, abandonou o combate à corrupção e, inclusive, está fragilizando os mecanismos de prevenção. O que esse governo fez, por exemplo, em relação à lei das estatais, o que a gente está vendo acontecer lá na Petrobras, até voltaram aí discussões sobre escândalos de corrupção... Na minha opinião, eles são assustadores”, disse.

 



 

A Lei das Estatais é a norma que instituiu o conjunto de regras jurídicas aplicáveis à governança e ao controle das empresas públicas e das sociedades de economia mista. Ela estabelece os critérios a serem observados na realização de licitações, celebração de contratos administrativos, nomeação de diretores e presidentes. Assim como de membros dos conselhos de administração, dentre outros.

 


A fala do senador foi rebatida pela jornalista Andreia Sadi. “O senhor foi ministro da Justiça do governo Bolsonaro, e eu não me lembro de nenhuma agenda de combate à corrupção indo para a frente com uma ênfase do então presidente, que tinha ali, às voltas, o caso envolvendo um filho nas rachadinhas”.

 

Em outubro de 2020, o Ministério Público do Rio denunciou à Justiça o senador Flávio Bolsonaro, o ex-assessor dele, Fabrício Queiroz, e mais 15 investigados pelos crimes de organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e apropriação indébita no esquema da rachadinha, na época em que Flávio Bolsonaro era deputado na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).


Flávio Bolsonaro foi acusado de chefiar uma organização criminosa que recolhia parte do salário de seus ex-funcionários para seu benefício – prática conhecida como "rachadinha". O senador nega que tenha cometido os crimes.

 

Ao responder sobre o fato, Moro respondeu que trabalhou contra a corrupção. “Inclusive, fui o que mais trabalhou”, afirmou. Apesar da fala, o senador ignorou o caso envolvendo Flávio.

 

Questionado sobre a interferência do governo Bolsonaro nas estatais e possível “cegueira deliberada” na época em que era ministro, Sergio Moro afirmou que defende o país. “Sou um eleitor que está preocupado com os problemas de hoje”, concluiu.

 

A entrevista foi dada ao programa "Estúdio I", da GloboNews.

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