TRE-RJ amplia prazo de atendimento nos cartórios eleitorais do estado -  (crédito: EBC)

Eleitores em fila do TRE para regularizar título de eleitor

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Com a proximidade das eleições, o eleitor se informa sobre curiosidades que rondam o pleito municipal, sobretudo nesta Belo Horizonte, a despeito da inexistência de um quadro real de candidatos, enquanto em outras capitais vários destes já se engalfinham com unhas e dentes. A população, como provado por pesquisas, desconhece em maioria os atuais nomes invocados. Adalberto Dias Ferraz, em 1897, abriu os trabalhos de alcaide por ser o edil mais votado, em eleição indireta. Todos os primeiros 21 prefeitos de BH foram filiados ao Partido Republicano Mineiro. Por força da legislação vigente ou nos períodos autoritários, a urna se encolheu a ponto de expurgar o sufrágio universal.

 

Não poderia faltar na vasta relação de 53 prefeitos a genética barbacenense, sábia em gravitar o poder desde o império: Antônio Carlos Ribeiro de Andrada. Também Otacílio Negrão de Lima, irmão do ex-governador da extinta Guanabara Francisco Negrão de Lima, administrou a cidade de 1935 a 1938 e de 1947 a 1951, sendo o primeiro prefeito eleito. O bairro Alípio de Melo, o Minas Tênis Clube e o estádio Independência apontam um dedo seu. Entre 1969 e 1986, a caneta prevaleceu sobre a cédula.

 

Uma safra de prefeitos, classificada de “biônica”, foi nomeada por atos na imprensa oficial: Oswaldo Pieruccetti, Souza Lima, Luiz Verano, Maurício Campos, Júlio Laender e Hélio Garcia. Os vice-prefeitos de BH, anônimos aos olhos do eleitorado e desprezíveis em termos de funções, fizeram história interessante em paralelo: Délio Malheiros, Roberto Carvalho, Fernando Pimentel, Fuad Noman, Eduardo Azeredo, Célio de Castro e Paulo Lamac. Segundo posto na hierarquia do Executivo municipal, afinal o que fazem os vice-prefeitos se não orar ao pé da santa cruz por uma vida longa aos titulares?


NELORE E GIR

 

 

Um corte dos mais afiados retirou a carne dentre os produtos (15) da cesta básica que sofrerão desoneração completa com a nova reforma tributária, a exemplo do arroz, feijão, farinha, leite e açúcar. Fundamental no prato feito doméstico do brasileiro e cobiçada proteína animal, convenhamos que o próprio presidente Lula é o maior propagador das delícias da picanha com cervejinha.


APLAUSOS DE PÉ

 

Há quem pregue contra os desabrigados que vivem nas ruas da capital mineira, tratando-os por lixos humanos. Essa gente desvalida, menosprezada, chamada de “rotos” pelo escritor José Veríssimo (1857-1916), fruto da desigualdade social e composta de miseráveis e analfabetos, não deve ser culpada de sua própria existência. O que poucos sabem é que estes esmolambados recebem dos contribuintes brasileiros uma assistência que, a todos nós, irmanados, deveria orgulhar. Uma equipe multidisciplinar formada por médico, enfermeiro, psicólogo, assistente social e redutor de danos, denominada "Consultório na Rua" (SUS E PBH), atende esses párias da sociedade nas calçadas. O cuidado com o outro resulta numa indescritível sensação de humanidade e carinho. A título de ilustração, acompanhar esse grupo de técnicos no tratamento de uma ferida, debaixo de marquises, leva qualquer comum mortal às lágrimas.


AMARGO FIM

 

O consumidor brasileiro sai de casa todo dia se não com a certeza, com a esperança de que não será passado para trás. Doce ilusão! Um bom exemplo: uma operadora de telefonia móvel (A) cobrava R$ 81/mês por plano básico de um seu cliente, há muitos anos; este resolveu migrar para outra operadora (B) por preço de R$ 54/mês; a empresa A então disparou o seu centro de atendimento contra o cliente, com proposta de equiparação de preços; este insistiu na portabilidade, embora tenha recebido uma contraoferta de R$ 29/mês pelo mesmo serviço. Ele insistiu na mudança, mas achou-se com cara de palhaço ao retocar o visual diante do espelho.


PELAS BEIRADAS

 

O Brasil já foi o maior exportador de castanha do Pará do mundo. O posto singrou para a Bolívia, integrante, assim como o Peru, da Hileia Amazônica, denominação dada à floresta amazônica pelos naturalistas alemão e francês, respectivamente, Alexander von Humboldt (1769-1859) e Aimé Bonpland (1773-1858). No estrangeiro, a semente recebe o nome de Castanha do Brasil. A noz viaja ao país vizinho e volta beneficiada. Em negociação com russos e chineses, a Bolívia também papou o Brasil em matéria de produção e comercialização de lítio.


BESOURO

 

O ex-presidente Itamar Franco anda às gargalhadas em seu túmulo com o anúncio de que a fábrica chinesa GWM poderá produzir o Fusca elétrico no Brasil, vencidas as pendengas jurídicas. Semelhante em muito ao carrinho que encantou os brasileiros na década de 60, depois ressuscitado por honra e firma do mineiro, a Volkswagen chegou a relançar 1.500 exemplares do veículo. Os novos carangos virão com novidades tecnológicas e, a depender do preço baixo, engrossarão o conturbado trânsito nos grandes centros urbanos.


DIAPASÃO

 

Quem é da folia conhece a marchinha carnavalesca (1949), da autoria de Paquito e Romeu Gentil: “Daqui não saio/daqui ninguém me tira/onde é que eu vou morar”. Quem solfejou a canção com ares de erudição foi a direção da Filarmônica de MG metida num imbróglio com governo estadual, Fiemg e Codemig por causa da Sala Minas Gerais, dentre outras motivações. Enquanto isso, a Sinfônica do Palácio das Artes ajusta o metrônomo para fazer companhia e não desafinar junto aos miados matinais e noturnos das dezenas de gatos que habitam o Parque Municipal.


RESISTÊNCIA

 

Em palestra no Rotary Clube, o engenheiro Marcus Salum, à frente da SAF no América Mineiro, reconheceu que a paixão dos torcedores não encontra guarida no coração dos dirigentes dos grandes clubes do país, pois lucratividade exige profissionalismo. “Não havia responsabilidade dos clubes com suas dívidas até a abertura do mercado para investidores", observou. O faturamento, acrescentou, advém da venda de atletas, renda nos estádios, produtos chancelados, conquista de títulos e direito de imagem. Salum defendeu a criação de uma liga alternativa para gerenciar o campeonato brasileiro na tentativa de equilibrar as receitas dos clubes. Para ele, a partilha dos rendimentos deveria se dar no máximo em três vezes a dos maiores para os menores clubes. Em suma, não existe zebra no futebol. Se não se muda de patamar esportivo a condenação a uma segunda categoria se eterniza.