Após janela, composição partidária na Câmara Municipal de BH fica alterada -  (crédito: Bernardo Dias/CMBH)

Após janela, composição partidária na Câmara Municipal de BH fica alterada

crédito: Bernardo Dias/CMBH

Encerrou-se nessa semana uma das mais importantes etapas preliminares do ano eleitoral: a janela partidária. A sexta-feira (5/4) foi o dia final para trocas de legenda por políticos em atividade e os momentos derradeiros para definição do número que simbolizará a escolha de novos vereadores e prefeitos nas urnas eletrônicas em outubro foram agitados. Na capital mineira, quase metade dos vereadores mudaram de partido e as principais movimentações de bastidores tiveram como nomes chave o prefeito Fuad Noman (PSD); o secretário de Estado de Governo, Marcelo Aro (PP); e o presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Gabriel Azevedo (MDB).

 

Uma das disputas partidárias durou até o apagar das luzes na janela partidária: o embate entre Gabriel Azevedo e Marcelo Aro pelo comando do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB). O presidente da Câmara havia conseguido emplacar seu assessor, Guilherme Barcelos, como presidente da legenda no início da semana. Na sexta-feira, porém, o comando do partido passou às mãos de Wellington Rodrigo Aguilar, assessor da vereadora Professora Marli (PP), mãe de Marcelo Aro.

 

 

No mesmo dia da mudança na presidência, Gabriel conseguiu uma liminar na Justiça e retomou sua influência no partido ao recolocar Barcelos como comandante do PRTB. Aro tentou recorrer da medida, mas não teve sucesso. O embate entre os dois tem como pano de fundo a disputa pela prefeitura, à qual o vereador é pré-candidato, e o uso da legenda para acomodar candidatos ainda desfiliados ou sem cargo atual para disputar vagas na Câmara Municipal.

 

A proximidade do fim da janela partidária também provocou outro movimento de Aro na capital mineira. Na segunda-feira (1/4), o secretário de Romeu Zema (Novo) se reuniu na Prefeitura de Belo Horizonte com Fuad Noman e oficializou a demissão de quatro secretários por ele indicados à administração municipal. Nos dias seguintes, dezenas de servidores associados a Aro também foram exonerados.

 

As saídas foram associadas a pressões do PSD sobre o prefeito por sua relação com o homem forte da articulação política do governador e aconteceram diante da indefinição de Aro sobre quem apoiar na eleição para o Executivo em BH. Na semana anterior, Fuad se encontrou com o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) em Brasília. Uma das pautas tratadas com o principal representante do partido na política nacional foi a influência do governo estadual na administração da capital mineira.

 

Reeleito no primeiro turno, Zema bateu o pessedista, Alexandre Kalil, na disputa pelo governo estadual em 2022 e atuou como organizador do braço mineiro da campanha de Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno presidencial naquele ano. Em Minas, o PSD, incluindo Fuad, esteve ao lado de Lula no pleito. A aliança com o Partido dos Trabalhadores (PT) também contou com a candidatura de Alexandre Silveira (PSD-MG), hoje ministro de Minas e Energia, ao Senado.

 

Câmara de cara nova

Antes mesmo da eleição que deve infringir mudanças nos ocupantes das 41 cadeiras da Câmara Municipal de BH, a casa já está de cara nova com o fim da janela. Nas últimas semanas, ao menos 16 vereadores mudaram de legenda e alteraram a composição partidária do Legislativo belo-horizontino.

 

O Movimento Democrático Brasileiro (MDB) foi o partido que mais se movimentou até o dia 5. Antes com apenas uma cadeira, a legenda agora conta com cinco nomes. São eles: Gabriel Azevedo, que não estava filiado a nenhuma sigla; Cleiton Xavier, que deixou o Partido da Mobilização Nacional (PMN); Henrique Braga, que saiu do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB); Loíde Gonçalves, que se desfiliou do Podemos; e Sérgio Fernando Pinho Tavares, antes no Partido Liberal (PL).

 

Ironicamente, o MDB acabou perdendo seu único representante antes das trocas, já que Reinaldo Gomes Preto Sacolão migrou para o Democracia Cristã (DC). Também deverão concorrer à reeleição pelo DC Flávia Borja, antes no Partido Progressista (PP), e Marcos Crispim, que deixou o Podemos.

 

O Republicanos também conta com novos nomes e forma hoje, ao lado do MDB, a maior bancada da Câmara. O partido é casa nova de Ciro Pereira e Irlan Melo, vindos do Partido Renovação Democrática (PRD);e de Fernando Luiz e Ramon Bibiano da Casa de Apoio, ambos egressos do Partido Social Democrático (PSD).

 

O PL recebe Cláudio do Mundo Novo, que deixou o PSD, e Marilda Portela, vinda do Cidadania. Wagner Ferreira, que assumiu como vereador no ano passado como suplente da deputada federal Duda Salabert (PDT), deixou a legenda da parlamentar para se filiar ao Partido Verde (PV).