Lula discursa durante inauguração das instalações da Hemobrás. Medicamento é usado no tratamento da hemofilia tipo A -  (crédito: Reprodução / TV Gov)

Lula discursa durante inauguração das instalações da Hemobrás. Medicamento é usado no tratamento da hemofilia tipo A

crédito: Reprodução / TV Gov

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (4/4) que o Brasil terá um plano para regulamentar a Inteligência Artificial (IA). No entanto, o chefe do Executivo disse que o povo brasileiro não precisa da tecnologia. A declaração ocorreu durante a cerimônia de inauguração da Fábrica de Medicamentos Hemo-8r - Fator VIII Recombinante, da Hemobrás em Goiana, Pernambuco.

 

 

"Eu digo sempre e não é presunção, que todo país do mundo pode precisar de inteligência artificial. Agora um país que tem um povo da qualidade do povo brasileiro, um povo que é capaz de contar piada da pior desgraça, um povo que sofre com futebol, com o carnaval, com a fome, preconceito, esse povo que consegue sobreviver ganhando muitas vezes um salário mínimo, não precisa de inteligência artificial porque é suficientemente inteligente para dar a resposta às coisas que nós precisamos", apontou.

 

Lula emendou que o governo lançará em junho o plano nacional de uso da tecnologia, que está em fase de elaboração pelo Conselho Nacional de Política de Ciência e Tecnologia (CCT).

 

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"Na reunião [do CCT] eu fiz o desafio. O Brasil não tem que ficar esperando ajuda dos Estados Unidos, ajuda da China, da Rússia, da Alemanha, do Japão ou a gente ficar vendo eles se desenvolvendo mais do que nós em inteligência artificial".

 

"Eu disse aos pesquisadores e cientistas que estavam lá: Vamos criar vergonha. Nós vamos ter uma conferência em junho e até lá estão desafiados a apresentar um projeto de IA pra gente não ter que copiar de outro país as coisas importantes que precisamos", acrescentou. A conferência a qual o petista se refere é a abertura da assembleia da ONU.

 

Bolsonaro 'tranqueira'

 

Lula também aproveitou a oportunidade para alfinetar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chamando-o de "tranqueira".

 

"Tenho mais dois anos e nove meses na presidência. Fiquem certos que vamos fazer aquilo que não foi feito nos últimos seis anos nesse país depois do impeachment da Dilma e dessa tranqueira que vocês sabem quem é e eu não pretendo falar", bradou.

 

O chefe do Executivo também falou sobre o desmonte da cultura no antigo governo. "Eu espero que nunca mais na vida apareça alguém que ouse acabar com o Ministério da Cultura e acabar com a cultura nesse país".

 

O presidente ainda mandou um recado ao eleitorado em ano de eleições municipais. "Vocês precisam ajudar porque esse país não pode ficar subordinado à fábrica de mentiras, de fake news, de ódio. Que estejam dispostos a cuidar dos filhos de vocês para não permitir que as meninas e meninos sejam vítimas da quantidade de insinuações, de mentiras, leviandade, de coisas que não tem pé nem cabeça e são vocês que tem que cuidar".

 

"Esse país será o que vocês quiserem. Então, levantem a cabeça e participem da construção do futuro do país de vocês", concluiu.