Gleisi Hoffmann, presidente do PT -  (crédito: CÂMARA DOS DEPUTADOS/REPRODUÇÃO)

Gleisi Hoffmann, presidente do PT

crédito: CÂMARA DOS DEPUTADOS/REPRODUÇÃO


A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, comentou sobre os vídeos que mostram o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passando dois dias dentro da Embaixada da Hungria depois de ter seu passaporte apreendido pela Polícia Federal (PF). A deputada federal questionou se essa teria sido uma tentativa do ex-chefe do Executivo de fugir após as acusações de golpe de Estado.

 

 

“E não é que o Bolsonaro estava querendo fugir outra vez? Primeiro ele se escondeu em Miami e agora ficamos sabendo que foi se hospedar na Embaixada da Hungria, por cortesia do extremista de direita Orbán. Que vergonha aparecer assim no New York Times. Medo é tudo que resta para o inelegível. Medo de ser julgado por seus crimes, de ser condenado, medo de ser preso. O judiciário precisa ficar de olho no fugitivo”, escreveu a presidente do PT no "X", antigo Twitter.

 

Leia: Bolsonaro pode ser preso por tentativa de fuga? Entenda

 

A deputada fez referência ao dia 8 de janeiro, quando os ataques aos Três Poderes estavam ocorrendo no Brasil. Bolsonaro estava em Miami, na Flórida, na época. Após a prisão dos manifestantes, o ex-presidente chegou a passar mal e foi internado em um hospital. Na ocasião, o Estado de Minas apurou que o presidente ficou apenas 1 dia em observação, ao contrário do que ele havia dito nas redes sociais.

 

Mais cedo, o The New York Times divulgou imagens do interior da embaixada onde Bolsonaro teria buscado asilo quatro dias após ter seu passaporte confiscado pela Polícia Federal (PF) por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

 

Nas imagens divulgadas pelo jornal americano, o ex-presidente parece ter permanecido na embaixada nos dois dias seguintes, acompanhado por dois seguranças e sendo atendido pelo embaixador húngaro e membros da equipe.

 

É importante ressaltar que Bolsonaro é alvo de diversas investigações criminais, porém não pode ser preso em uma embaixada estrangeira que o acolha, pois esses locais são legalmente protegidos contra as autoridades domésticas.

 

Segundo o jornal, a estadia na embaixada sugere que o ex-presidente estava tentando aproveitar sua amizade com um colega líder de extrema direita, o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, numa tentativa de evitar o sistema judiciário brasileiro.

 

O "Times" analisou imagens de três dias de filmagens de quatro câmeras na Embaixada da Hungria, mostrando que Jair Bolsonaro chegou na tarde do dia 12 de fevereiro e saiu dois dias depois, na tarde de 14 de fevereiro. Durante esse intervalo, ele permaneceu, em grande parte do tempo, fora de vista. O jornal ainda corroborou as filmagens, comparando-as com imagens da embaixada, incluindo imagens de satélite que mostram o carro em que o ex-presidente chegou estacionado na entrada em 13 de fevereiro.

 

Ainda para o jornal norte-americano, um oficial da Embaixada da Hungria, que pediu para manter o anonimato, confirmou o plano de hospedar Bolsonaro nas dependências do local.