ALMG -  (crédito: Redes Sociais/Reprodução)

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Sem flashes, fotos e vídeos. Desde terça-feira (12/3), está proibida na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) a realização de filmagens e gravações nas dependências da Casa que mostrem qualquer tipo de conversa privada entre parlamentares ou terceiros.

 

A medida, deliberada pela Mesa Diretora e já em vigor esta semana, é justificada pelo uso indevido de imagens. “Embora as atividades do processo legislativo realizadas nas dependências da Assembleia Legislativa sejam atos públicos, o direito de filmagem e gravação nesses recintos não pode possibilitar o uso indevido ou exposição de imagens ou conversas particulares de parlamentares ou terceiros”, diz o texto.

 

Nos bastidores, a ação visa inibir parlamentares rivais que utilizam vídeos e imagens para justificar ataques contra outros deputados. A mesma regra se aplica aos assessores, agora proibidos de filmar qualquer tipo de conversa que não seja pública.

A preocupação dos parlamentares com os vídeos surgiu após um assessor do deputado Caporezzo (PL) filmar as deputadas Lohanna (PV-MG), Bella Gonçalves (PSOL) e Beatriz Cerqueira (PT) durante uma conversa privada, na qual as parlamentares discutiam as ameaças sofridas por apoiadores da extrema-direita. As imagens foram publicadas nas redes sociais do deputado no ano passado, após uma discussão na Comissão de Direitos Humanos com a deputada Bella.

Em conversa com o Estado de Minas o deputado afirmou estar ciente da decisão da Mesa Diretora. "Dizem, na verdade, falar é tão fácil que até papagaio sabe. Estou de acordo com a medida e com o bom trabalho realizado pela presidência da ALMG."

Além das estranhezas entre os parlamentares, de acordo com alguns servidores, outro motivo impulsionou a medida. Isso porque, muitos candidatos às eleições municipais, que vão acontecer em outubro deste ano, estão indo à ALMG para realizar filmagens indevidas. Um grupo ligado à extrema-direita vem registrando parlamentares e incentivando brigas, com o intuito de viralizar nas redes sociais.

 

Conforme a deliberação, as punições serão as seguintes: caso o deputado seja responsável pela divulgação de alguma filmagem será configurado um ato incompatível com o decoro parlamentar. No caso de um servidor será motivada a instauração de procedimento disciplinar.

 

Para os visitantes, a conduta será considerada passível de restrição de acesso às dependências da Assembleia Legislativa.