Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, participa da cerimônia de Divulgação dos Resultados do Novo PAC Seleções, com a presença vice-presidente Geraldo Alckmin e dos ministros Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Nísia Trindade (Saúde), Camilo Santana (Educação), Margareth Menezes (Cultura). -  (crédito:  Ed Alves/CB/DA.Press)

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, participa da cerimônia de Divulgação dos Resultados do Novo PAC Seleções, com a presença vice-presidente Geraldo Alckmin e dos ministros Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Nísia Trindade (Saúde), Camilo Santana (Educação), Margareth Menezes (Cultura).

crédito: Ed Alves/CB/DA.Press

A última pesquisa de opinião Atlas/Intel, divulgada nesta quinta-feira (7/3), aponta uma queda expressiva da aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em março, na comparação com a pesquisa anterior, de janeiro. Pela primeira vez desde o início da série, em janeiro de 2023, o percentual de entrevistados que aprovam o desempenho de Lula ficou abaixo de 50%, praticamente empatado com o da parcela que declarou desaprovação.

A fatia do eleitorado que aprova o governo como um todo, por sua vez, é menor do que a que desaprova, uma relação que só foi registrada em novembro do ano passado. A pesquisa também aponta um dado relevante sobre a polarização política: Lula ainda mantém uma imagem melhor que a de seu antecessor, que é o campeão no quesito “imagem negativa”, em uma lista de 16 políticos conhecidos nacionalmente. 

Perguntado se aprova ou desaprova o desempenho do presidente Lula, 47,4% dos entrevistados declararam que aprovam — uma queda de mais de 4 pontos percentuais, acima da margem de erro, em relação à pesquisa de janeiro/24 (52%). O índice de desaprovação do desempenho do presidente passou de 43% (em janeiro) para 46%, também acima da margem de erro. Não souberam ou não quiseram responder somaram 7%.

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Quando a pergunta se referiu à percepção sobre o governo Lula como um todo, houve uma inversão de expectativas mais pela queda do percentual dos que aprovam a atual gestão do que pelo aumento do grupo de quem não aprova. O percentual de ruim e péssimo passou de 39% (janeiro) para 40,6%, uma variação dentro da margem de erro. Já o conjunto de eleitores que declararam que o governo é bom ou ótimo caiu de 42% (janeiro) para 38,1% — variação fora da margem de erro da pesquisa. Para 18,2%, o governo é regular.

O levantamento confirma, ainda, que a maior preocupação do brasileiro, atualmente, é a segurança pública, área em que a gestão Lula é a mais mal avaliada. Para metade dos entrevistados, o desempenho do governo federal nessa área é péssimo, enquanto 16% consideram ruim — uma desaprovação de 66% dos entrevistados. Apenas 24% avaliaram esse desempenho como bom (12%) ou ótimo (12%).

A Atlas/Intel apurou que, para 60% dos entrevistados, a criminalidade e o tráfico de drogas são os principais problemas do Brasil, atualmente, enquanto 59% elencaram a corrupção (os entrevistados podiam escolher até três áreas). Em terceiro lugar no rol de preocupações do eleitor, e bem atrás da corrupção, está a preocupação com a pobreza, o desemprego e a desigualdade social, com 20% das menções.

Quando o governo Lula é comparado com o do antecessor, Jair Bolsonaro, a situação ainda é favorável ao atual presidente. O desempenho dele supera o de Bolsonaro em todas as áreas pesquisadas. A menor diferença foi registrada no quesito segurança pública, em que a atuação do atual presidente é considerada melhor que a do antecessor por 46% dos entrevistados, contra 43% que consideram o desempenho pior nessa comparação.

Na avaliação setorial, as melhores avaliações positivas estão nas áreas de direitos humanos e igualdade racial (33%), redução da pobreza e políticas sociais (31%), relações internacionais (29%) e meio ambiente (28%). Mesmo assim, em todos os recortes, o percentual de ruim/péssimo é maior do que o do conjunto bom/ótimo.

Futuro melhor

Os pesquisadores também queriam saber como brasileiro vê a situação do país e o que espera do futuro. E as respostas apontaram para um cenário melhor do que o atual. Perguntados sobre a situação econômica do Brasil, 53% a consideram ruim, contra 28% de avaliação boa. Para 19%, a situação é “normal”. Já a expectativa da maioria dos entrevistados para daqui a seis meses é de esperança: 50% disseram que a situação econômica vai melhorar, enquanto 42% responderam que vai piorar. Mesmo assim, o otimismo já foi maior. Em novembro do ano passado, 54% apostavam em uma melhora da situação econômica no prazo de um semestre.

A pesquisa também apurou a percepção do eleitor em relação à imagem dos políticos brasileiros mais conhecidos nacionalmente. Nesse ponto, os resultados foram bons para apenas um nome: o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o único que registrou mais menções positivas do que negativas. Para 46% dos entrevistados, a imagem dele é positiva, enquanto 31% a consideram negativa. Lula, por sua vez, teve sua imagem avaliada como positiva por 47% dos eleitores, contra 49% que consideram essa imagem negativa, um desempenho bem melhor que o de seu maior opositor, Jair Bolsonaro, que tem percepção positiva para 44%, e negativa de 51%. No fim da lista de 16 personalidades está o presidente da Câmara, Arthur Lira, que é visto positivamente por apenas 11% dos entrevistados, contra 67% de avaliação negativa de imagem.

A pesquisa entrevistou 3,1 mil eleitores em todo o país, entre os dias 2 e 5 de março. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, enquanto o nível de confiança da pesquisa é de 95%.