Autor da emenda constitucional que pode ampliar a imunidade tributária para entidades religiosas em gastos com bens e serviços, o deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ) entende ser natural que o governo conquiste o apoio de evangélicos e outros segmentos religiosos pela adesão do Palácio do Planalto a essa PEC.

 

Crivella afirmou que o governo terá ganhos políticos com os setores religiosos com essa iniciativa. O Planalto não está colocando obstáculo na tramitação do texto. Indagado pelo Correio sobre essa estratégia do governo em atrair especialmente os evangélicos, Crivella respondeu que "política é isso mesmo". O deputado é bispo evangélico, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus.



"Política é isso mesmo. Tem que atrair as pessoas. E acho justo. O presidente Lula sabe que a igreja é forte, que mantém o crime longe. O governo (com aprovação da PEC) vai ter uma grande aproximação com as igrejas. A ovelha ouve a voz de seu pastor. Com a lei, vai se poder trocar o púlpito inteiro sem pagar imposto. E vamos dizer que o governo nos ajudou", disse Crivella.

 

Sobre as críticas à proposta, vista como um benefício excessivo às entidades religiosas, o deputado afirmou que elas se dão por "falta de conhecimento da PEC". Ele afirmou que o imposto vai ser pago e depois as igrejas vão requerer de volta o dinheiro dos tributos que incidiram, seja sobre bens ou serviços. O deputado está otimista quando a emenda for à votação no plenário e estima mais de 400 votos a favor. São necessários 308 votos na Câmara.

 

O deputado explicou que, se a PEC for aprovada, as entidades religiosas deixarão de pagar uma série de bens e serviços. E listou aquisição de material para obra de reforma ou construção (cimento, pedra, tijolo), na contratação de pedreiro, servente e pessoal de obra e também na compra de objetos como púlpito, cadeira iluminação.

 

As igrejas e templos também vão ganhar isenção em serviços que prestam como creche, hospital, asilo, escola e orfanatos.

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