Entre as pautas de sua primeira agenda internacional do ano na África, o presidente Lula, acompanhado do ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, aproveitará a reunião da cúpula da União Africana para obter apoios para a criação de uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza no âmbito da ONU.

 



 

Antes de embarcar nesta terça-feira (13/2), Lula disse que o Brasil deve retomar o potencial da parceria com os países da África.

 

"Os países do G20 aceitaram debater essa Aliança Global e aceitaram que, uma vez lançada essa Aliança, tivesse uma plataforma que permitisse a participação de outros países, não apenas os do G20", afirmou Wellington Dias, em nota divulgada pelo Planalto.

 

A entrada da União Africana (UA) como membro efetivo do G20, na cúpula de Delhi, na Índia, em setembro de 2023, abriu novas possibilidades para a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. O bloco reúne todas as 55 nações da África, com um PIB combinado de cerca de US$ 3 trilhões.

 

Em 2023, a corrente de comércio bilateral Brasil-Egito totalizou US$ 2,8 bilhões, o que coloca o Egito como segundo maior parceiro comercial do Brasil na África. O saldo foi superavitário para o Brasil em US$ 1,83 bilhão.

 

A incorporação da UA também está alinhada à meta de reestruturação da governança global proposta pelo Brasil na presidência do G20.

 

"Este momento dá ao Brasil a oportunidade de colocar no centro da agenda a erradicação da fome, a diminuição da pobreza e da desigualdade, aliadas à preservação do meio ambiente e à uma nova governança global", emendou Dias.

 

Na Etiópia, além de participar dos eventos relacionados à agenda da Cúpula de Chefes de Estado e Governo da UA, a comitiva brasileira terá encontros bilaterais com representantes de diversos países africanos até o domingo (18).

 

Aliança Global

 

A ideia da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza é uma iniciativa do presidente Lula, que começou a ser trabalhada quando o Brasil assumiu a chefia do G20, grupo que reúne as maiores economias do planeta. Os mecanismos de financiamento e governança serão discutidos ao longo do ano e apresentados aos Chefes de Estado e Governo na Cúpula do G20, marcada para novembro, no Rio de Janeiro, quando deve ser pactuada a Aliança Global.

 

Acordos e conflito Israel-Palestina

 

Segundo o Itamaraty, durante a visita de Lula ao Egito, deverão ser tratados temas bilaterais nas áreas de comércio, investimentos, cooperação técnica, cooperação em educação e cooperação em defesa. Os dois presidentes deverão tratar também de temas regionais e multilaterais, tais como mudança do clima, reforma das organizações internacionais e conflito Israel-Palestina. Deverão também ser assinados acordos bilaterais nas áreas de bioenergia e ciência, tecnologia e inovação.

 

O Egito, ator geopolítico fundamental em diversas questões de paz e segurança mundiais, é importante parceiro do Brasil em foros internacionais, tendo ingressado em 2024 no BRICS. Durante a presidência brasileira do G20, o Egito é um dos países convidados a participar das reuniões do agrupamento.

 

O apoio do governo do Egito foi fundamental para a repatriação de 115 cidadãos brasileiros da Faixa de Gaza, por meio de três evacuações pela fronteira de Rafah, em novembro de 2023 (32 pessoas), começo de dezembro do ano passado (47 pessoas), final de dezembro de 2023 (32 pessoas) e fevereiro de 2024 (4 pessoas), que seguiram para o Cairo antes de embarcarem para o Brasil.

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