Um dos vetos do governador Romeu Zema que irá mobilizar os deputados na Assembleia a partir desta quinta-feira (1/2), trata da cobrança de pedágio nas estradas mineiras. Nesse caso específico, ele derrubou o direito de morador de um distrito circular no próprio município. Haverá cobrança da taxa para quem sair de casa e fazer compras no centro da cidade, ou ainda, ir de um distrito para outro.

Também é grande a chiadeira no Sul e no Triângulo, onde usuários fazem protesto contra os valores cobrados de pedágio e as condições das rodovias estaduais. As únicas obras feitas são de construção de praças de pedágiosem melhoria alguma. Nos protestos, uma das reivindicações é a isenção do pagamento para quem mora em cidades onde os pedágios estão sendo instalados. A tarifa de pedágio será de R$ 13, ao contrário das rodovias federais, de R$ 2,90.

Denúncia de ‘privatização’ antes da federalização

Às vésperas de sua federalização, a direção da Cemig está sendo acusada de promover a venda de empresas de sua propriedade. Os ativos que estariam sendo negociados são a Transmissora Aliança de Energia Elétrica S.A. (Taesa) e a Aliança Energia, que geram lucro anual de cerca de R$ 500 milhões. Ofício e documentos com a denúncia chegaram à mesa do presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, autor da proposta de federalização da estatal para renegociar a dívida de Minas, no valor de R$ 160 bilhões, junto ao governo federal.

Leia também: MG e governo federal montam grupos de trabalho para tratar dívida com União


Ofícios

Foram notificados também o presidente da Assembleia Legislativa, Tadeu Leite (MDB), o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, e deputados, como Professor Cleiton (PV). Enviados em 12 e 23 de janeiro, os ofícios são assinados pelo Sindicato dos Engenheiros/MG e Sindicato dos Eletricitários do Sul de Minas (SindSul). Eles se amparam em denúncia feita por um diretor da estatal que não quis se identificar.

Urgência

“Denúncia de desmantelamento da Cemig. Com a notícia de federalização da Cemig, a Diretoria solicitou que seja tratado com máxima urgência o processo para vender Taesa e Aliança, empresas que geram lucro anual em torno de 500 milhões, esse movimento altera o valor global da Cemig”, diz o texto enviado.

 

Desvalorização

No ofício, ambos os sindicatos advertem para os riscos da medida e solicitam “movimento jurídico que impeça a venda dos ativos da Cemig enquanto a federalização estiver em discussão.”. O objetivo é evitar a desvalorização da estatal.



“Se constatada a veracidade dos fatos denunciados, graves, trata-se de uma tentativa de dilapidar patrimônio considerável da estatal mineira visando posterior federalização. Assim, em tese, restará caraterizada um tipo de fraude que deve ser apurada nos termos da lei”, avaliou o presidente do SindSul, João Wayne Oliveira Abreu.

Joia da coroa

A Taesa é um dos maiores grupos privados de transmissão de energia elétrica do Brasil em termos de Receita Anual Permitida. Exclusivamente dedicada à construção, operação e manutenção de ativos de transmissão, possui 13.832km de linhas em operação e 1.323km de linhas em construção, totalizando 15.155km de extensão e 109 subestações. Encerrou os primeiros nove meses de 2023 com R$ 2 bilhões em caixa. Os números extraídos do próprio site da empresa demonstram a relevância financeira, de geração e caixa da Taesa para o Grupo Cemig.

Lula traz “receita” da vitória

Junto da demorada visita a Minas, um ano e 38 dias após a posse, o presidente Lula (PT) fará anúncio de investimentos e deixará receita para vencer as eleições. Todas as pesquisas o apontam como forte cabo eleitoral. Aliados irão buscar esse apoio direto, mas o problema é que, quando há mais de um aliado na briga, como é o caso de BH, Lula não vai querer entrar em bola dividida. A proposta que deixará é de formação de frente ampla, a exemplo do que fez na eleição presidencial, para vencer o bolsonarismo novamente.

compartilhe