Assessor de Bolsonaro, Fábio Wajngarten e o advogado de defesa, Paulo Cunha Bueno -  (crédito: TON MOLINA / AFP)

Assessor de Bolsonaro, Fábio Wajngarten e o advogado de defesa, Paulo Cunha Bueno

crédito: TON MOLINA / AFP

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou, nesta terça-feira (27/2), que ele tenha admitido culpa ao mencionar a minuta do golpe durante discurso no ato promovido na Avenida Paulista, em São Paulo, no último domingo (25). O ex-chefe brasileiro é acusado de tentativa de golpe de Estado e está sendo investigado pela Polícia Federal (PF).

 

Em coletiva de imprensa, Fábio Wajngarten, que também foi ministro das Comunicações de Bolsonaro, disse que o discurso na Paulista não teve nenhuma "assunção de culpa". "Não há prova alguma contra o presidente e contra ninguém."

 

 

O advogado acompanha Bolsonaro na Polícia Federal em São Paulo, onde o ex-presidente prestou depoimento no inquérito que apura se ele importunou intencionalmente uma baleia jubarte em São Sebastião, no Litoral paulista.

 

Paulo Cunha Bueno, outro advogado de Bolsonaro, afirmou que a minuta mencionada refere-se ao documento entregue por ele ao ex-presidente, na condição de advogado, em 18 de outubro de 2023. “Ele comentava sobre algo que teve conhecimento muito tempo depois”, disse Bueno.

 

“Se as autoridades policiais veem nisso uma forma de confissão, a defesa entende que o que se assiste é realmente uma pobreza muito grande de elementos nessa investigação semi-secreta à qual a defesa não tem acesso e, ao que parece, justamente pela fraqueza de seus elementos”, acrescentou.

 

De acordo com "O Globo", a Polícia Federal interpretou elementos de confissão de uma tentativa de golpe em sua fala no domingo. Para os investigadores, as declarações de Bolsonaro indicam que o ex-presidente tinha conhecimento da existência de minutas de golpe, o que levou integrantes da Polícia Federal a reforçarem a linha de investigação sobre a ligação de Bolsonaro e aliados à trama golpista.

 

Durante o ato, o pastor ligado à extrema direita, Silas Malafaia, fez ataques aos ministros do STF Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, e pediu anistia para os condenados pelo 8 de janeiro.