Trecho da BR-381: imprudência eleva risco  -  (crédito: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

Trecho da BR-381: imprudência eleva risco

crédito: Edésio Ferreira/EM/D.A Press

Não são raros os critérios que apontam as estradas de Minas Gerais entre as piores do país. Além da própria experiência de quem transita pelo estado, há diferentes indicadores que atestam a baixa qualidade das vias. Um deles é o Índice de Condição da Manutenção (ICM), feito por técnicos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para as rodovias que estão sob a jurisdição do órgão. Na última avaliação, feita em dezembro do ano passado, Minas aparecia entre os piores estados nas classificações de "bom", "regular", "ruim" e "péssimo" e muito abaixo da média nacional.

Na primeira quinzena de janeiro, o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB-AL), apresentou os resultados dos trabalhos da pasta no ano passado e as projeções para os trabalhos de 2024. Um dos pontos levantados por ele foi justamente a obtenção de um ICM nacional recorde em 2023 desde 2016, chegando a 67% das vias sob administração do Dnit consideradas em bom estado de conservação. A reportagem do Estado de Minas foi atrás dos dados de Minas Gerais para mostrar que a realidade do estado está bem abaixo do número que motivou a comemoração por parte do governo federal.

 

De acordo com o Dnit, em dezembro do ano passado, 66,8% das estradas brasileiras foram avaliadas como boas de acordo com os critérios do ICM; 19,5% como regulares; 8,2% como ruim; e 5,5% como péssimas. Em Minas Gerais, o cenário é bem diferente. Apenas 41,3% das estradas estão dentro dos critérios que permitem a classificação "bom", mais de 25 pontos percentuais abaixo do contexto nacional. As vias em aspecto "regular" correspondem a 30,4% do total no estado; 14,8% são consideradas "ruins"; e 13,5%, "péssimas".

Os critérios para o cálculo do ICM são estabelecidos por uma resolução publicada em abril de 2022 e abrangem a avaliação de rodovias pavimentadas e não pavimentadas sob jurisdição do Dnit. A análise é feita a partir da superfície do pavimento, por meio do número de panelas, remendos e percentual de área trincada. Os níveis de classificação são definidos como "bom" (ICM inferior a 30); "regular" (ICM entre 30 e 50); "ruim" (ICM entre 50 e 70); e "péssimo" (ICM superior a 70).

“A metodologia envolve, ainda, a análise da conservação da rodovia, com avaliação da altura da vegetação marginal, presença e condição dos dispositivos de drenagem e presença de dispositivos de sinalização horizontal e vertical. Para as rodovias não pavimentadas, são avaliados o número de panelas, a profundidade de corrugações, o excesso de poeira, seção transversal imprópria, a profundidade da trilha de roda e drenagem inadequada”, explica o órgão.