Foliões no bloco 'Volta Belchior' pediram prisão do ex-presidente -  (crédito: Túlio Santos/Alexandre Guzanshe/EM/D.A PRess)

Foliões no bloco 'Volta Belchior' pediram prisão do ex-presidente

crédito: Túlio Santos/Alexandre Guzanshe/EM/D.A PRess

O cortejo do bloco “Volta Belchior”, neste sábado de Carnaval (10/2) em Belo Horizonte, foi marcado por um momento em que os foliões pediram a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os gritos de “Ao ao ao, Bolsonaro na prisão”, entoados na Avenida dos Andradas, foi seguido pelo cantor que emendou com “Foge, foge Bolsonaro, vai para casa do c…”.

Na última quinta-feira (8/2), o antigo mandatário foi alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga uma tentativa de golpe de Estado e a abolição do Estado Democrático de Direito. Bolsonaro teve o passaporte apreendido pelos agentes e está proibido de deixar o país, assim como proibido de ter interações com outros investigados.

Outros aliados do ex-presidente também foram alvos de mandados de busca e apreensão, como o ex-ministro da Casa Civil, general Braga Netto, o ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno. O grupo é suspeito de integrar uma organização criminosa que atuava desde antes das eleições de 2022 com o intuito de se manter no comando da República.

Ontem (9/2), o Supremo Tribunal Federal (STF) divulgou a íntegra do vídeo de uma reunião entre Bolsonaro e seus ministros, onde o grupo estaria arquitetando o movimento e o ex-presidente questionando a lisura do processo eleitoral. Em determinado momento, Bolsonaro admite a possibilidade de derrota para o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas diz que deixaria o Planalto preso por atos antidemocráticos.

Segundo a Polícia Federal, "não há impeditivo por conta de datas para serem realizadas operações, assim como prisão", e que mesmo com o feriado, existem agentes de plantão e que ficam de sobreaviso em caso de necessidade. 

Carnaval Político 

O aspecto político da festa de Momo se fez presente no primeiro dia de folia da capital mineira. Ao crescer como um movimento de contestação ao então prefeito Marcio Lacerda, nos últimos anos a folia se tornou arena de debate e luta social. 

O discurso contra o governador Romeu Zema (Novo), que segundo os foliões estaria tentando se apropriar da publicidade da festa, foi proferido no maior bloco carnavalesco, o “Então, Brilha!”. A cantora Michele Andreazzi disse que o governador nunca se importou com a festa e puxou marchinhas que fazem paródia com o gestor. 

Falas em defesa da população Palestina, além de bandeiras, também foram vistas nas principais avenidas da capital mineira. A tendência é que o movimento se repita até a terça-feira de carnaval.