Na capital federal, um dos mandatos de busca estão sendo cumpridos no gabinete de Ramagem na Câmara dos Deputados -  (crédito: Marcos Oliveira/Agência Senado)

Na capital federal, um dos mandatos de busca estão sendo cumpridos no gabinete de Ramagem na Câmara dos Deputados

crédito: Marcos Oliveira/Agência Senado

O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), aliado de Jair Bolsonaro e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) do governo do ex-presidente, é um dos alvos da operação da Polícia Federal (PF) deflagrada na manhã desta quinta-feira (25/1). A operação mira suspeitos de participarem de uma possível organização criminosa que teria se instalado na Abin para monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas.

A corporação cumpre mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao deputado federal, inclusive em seu gabinete, na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF). De acordo com a PF, o grupo usava ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial.

Operação no gabinete do deputado Alexandre Ramagem
Operação no gabinete do deputado Alexandre Ramagem (foto: Ed Alves/ CB)

São cumpridos 21 mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares diversas da prisão, incluindo a suspensão imediata do exercício das funções públicas de sete policiais federais. Os mandados são cumpridos em Brasília (DF) (18), Juiz de Fora (MG) (1), São João Del Rei (MG) (1) e Rio de Janeiro(1).

A operação é um desdobramento da operação Última Milha, deflagrada em outubro do ano passado. "As provas obtidas a partir das diligências executadas pela Polícia Federal à época indicam que o grupo criminoso criou uma estrutura paralela na Abin e utilizou ferramentas e serviços daquela agência de inteligência do Estado para ações ilícitas, produzindo informações para uso político e midiático, para a obtenção de proveitos pessoais e até mesmo para interferir em investigações da Polícia Federal", informou a corporação, em nota.

O deputado federal ainda não se pronunciou sobre o caso, mas em outros momentos já havia negado qualquer participação em um suposto esquema ilegal dentro da Abin. 

De acordo com a PF, os investigados podem responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.