Maioria das propostas feitas pelas prefeituras mineiras se refere a transporte escolar, seguidas das Unidades Básicas de Saúde
O novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Seleções recebeu milhares de propostas para obras de infraestrutura, saúde e educação, dos municípios do Brasil inteiro até 12 de novembro. Do total de 35.213 sugestões recebidas pelo governo federal, Minas Gerais foi o estado da região Sudeste que mais apresentou demandas à gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 4.253 pedidos de investimento no programa, segundo levantamento divulgado com exclusividade ao Estado de Minas.
Os projetos são distribuídos em 27 modalidades e serão executados pelos ministérios das Cidades, Saúde, Educação, Cultura, Justiça e Segurança Pública e Esporte. O programa tem alguns critérios predefinidos, na área de infraestrutura urbana, por exemplo, a seleção ocorre em projetos de urbanização de favelas, regularização fundiária, abastecimento de água, prevenção de desastres, mobilidade e saneamento básico.
Em conversa com a reportagem, o vice-prefeito de Montes Claros, Guilherme Guimarães (União), afirmou que enviou um “pacote” com uma série de demandas ao PAC Seleções. “Foram encaminhados projetos nas áreas de infraestrutura – serviços de drenagem e pavimentação. Unidades Básicas de Saúde, creches e centros municipais de ensino infantil (CMEIs)”, disse. Na expectativa em receber os recursos, a cidade-polo do Norte de Minas já tem feito investimentos próprios, aportando R$ 250 milhões em obras. No entanto, a gestão municipal ainda espera ser contemplada pelo PAC. “Fizemos a nossa tarefa”, afirmou o vice-prefeito sobre o atendimento ao prazo para o envio das propostas ao governo federal.
Transporte
Em Minas Gerais, o eixo que mais recebeu demandas foi o de “Cidades Sustentáveis e Resilientes”, com destaque para o item transporte escolar com 669 demandas. Os números também indicam que os municípios mineiros têm priorizado o investimento em Unidades Básicas de Saúde (UBS), que receberam 589 demandas, seguido de espaços esportivos comunitários (511), unidades odontológicas móveis (459), creches e escolas de educação infantil (395), esgotamento sanitário (267), escolas em tempo integral (219), obras de engenharia em patrimônio histórico (142) e prevenção de desastres naturais voltadas para contenção de encostas (102).
As demandas específicas do governo do estado somam 103 projetos no valor de R$ 5,7 bilhões, contemplando os eixos: Água para Todos, Cidades Sustentáveis e Resilientes, Educação, Ciência e Tecnologia, Infraestrutura Social e Inclusiva e Saúde. Atrás de Minas Gerais, o estado que mais enviou propostas na Região Sudeste é São Paulo. O estado paulista apresentou 3.668 projetos e também demonstrou prioridade para as UBS, com 534 propostas. Já o Rio de Janeiro encaminhou ao governo federal 1.133 propostas e o Espírito Santo, 540. Assim como em São Paulo, ambos os estados priorizam as UBS, com, respectivamente, 171 e 71 propostas.
Também na expectativa, o prefeito de Bocaiuva, Roberto Jairo Torres (Avante), conta que o município enviou propostas que podem “viabilizar iniciativas, principalmente na área de saúde”. “Incluimos policlínicas, unidade odontológica e um Centro de Atenção Psicossocial (CAP). Também solicitamos recursos para o Centro Municipal de Educação Infantil (CEMEI) e de um Espaço Esportivo Comunitário”, disse. O prefeito de Ouro Preto, Angelo Oswaldo de Araújo Santos (PV), revela que o município apresentou 64 propostas, sendo 32 voltadas a obras de engenharia e contenção de encostas na cidade histórica. “Estamos em uma expectativa muito grande para que o PAC possa contemplar essas demandas reprimidas há muito tempo, exatamente pela falta de um programa como esse, tão significativo e que o presidente Lula restabeleceu”, ressaltou.