ACONTECIMENTOS

O Jabuti de Tony Bellotto: Minas e Aleijadinho em 'Vento em setembro'

Autor celebra o prêmio e revela como as paisagens e histórias mineiras atravessam sua obra mais recente

Publicidade
Carregando...

“Receber o Jabuti foi uma glória, um prêmio prestigiado que atrai muita atenção e leitores. Foi também uma realização pessoal ver um trabalho reconhecido pela qualidade literária”, afirma Bellotto ao Pensar. 

Fique por dentro das notícias que importam para você!

SIGA O ESTADO DE MINAS NO Google Discover Icon Google Discover SIGA O EM NO Google Discover Icon Google Discover

Ele também contou como Minas entrou em “Vento em setembro”: “Minas Gerais surgiu no livro pela figura do Aleijadinho. Durante a escrita do romance eu buscava um tema para o livro do Davi, o narrador da história. Queria que Davi se interessasse por um artista brasileiro, mas era importante que essa escolha fosse surpreendente e não acadêmica. Pensei então em Francisco Antônio Lisboa, cujo apelido, Aleijadinho, é uma dessas expressões brasileiras ambíguas, em que preconceito e carinho parecem se misturar. Aleijadinho é um personagem popular porém misterioso, de quem conhecemos muito pouco. Achei interessante também que pichações ateístas surgissem numa igreja de Ouro Preto, conectando um Brasil histórico a um Brasil contemporâneo”, detalha.

Abaixo, trecho de “Vento em setembro” (Companhia das Letras), de Tony Bellotto (foto), Prêmio Jabuti de Melhor Romance Literário de 2024. 

“Eu poderia me estender em curiosidades e memórias suscitadas pela notícia da vandalização da igreja em Ouro Preto, mas o que realmente me deixou melancólico pelo resto da tarde foi me lembrar da Ayana.

Ayana. 

Tivemos uma história de amor e seu auge ocorreu nas sema nas em que viajamos por Minas Gerais pesquisando (ela fotografando, eu anotando) as obras de Aleijadinho e as localidades por onde ele provavelmente passou e viveu. Essa viagem foi fundamental para a construção de “A abertura do Quinto Selo”. Numa noite fria de neblina em Ouro Preto, depois de uma garrafa de vinho e um baseado, Ayana e eu imaginamos o pequeno Antônio Francisco (que ainda não era o Aleijadinho, apenas uma criança comum e curiosa) de mãos dadas com sua mãe Isabel, observando fascinado a passagem dos mascarados pelas ruas enevoadas daquele maio de 1738, ao som de flautas, flautins e tambores, à luz de tochas e lampiões, abrindo o cortejo do Triunfo Eucarístico que se prolongou por seis dias de procissões, luminárias, festa, música e dança.”

Acesse o Clube do Assinante

Clique aqui para finalizar a ativação.

Acesse sua conta

Se você já possui cadastro no Estado de Minas, informe e-mail/matrícula e senha. Se ainda não tem,

Informe seus dados para criar uma conta:

Digite seu e-mail da conta para enviarmos os passos para a recuperação de senha:

Faça a sua assinatura

Estado de Minas

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Aproveite o melhor do Estado de Minas: conteúdos exclusivos, colunistas renomados e muitos benefícios para você

Assine agora
overflay