Primeira leitura

Leia trecho do novo livro de Milton Hatoum

'Dança de enganos', que encerra trilogia ambientada na ditadura militar, chega às livrarias na próxima semana

Publicidade
Carregando...

Milton Hatoum

(“O lugar mais sombrio-Livro III”)

Tua vida ainda é um mistério. Quem proíbe o nosso encontro? Que demônio é esse? Reli essas frases da última carta. Meses depois, Martim me enviou outra, uma folha com uma caligrafia de inseto, acho que para não ser lida. Ou para não ser lida por mim? Apenas a data timbrada no envelope era legível: 5 dez. 1972. Palavras ocultas podem nos separar para sempre; essa folha interrompeu a correspondência, mas o tempo de silêncio tem uma história, por isso decidi escrever sobre minha vida e a das pessoas ao meu redor, embora ainda desconheça o demônio que proíbe o encontro com meu filho.

*

1.
Quarta-Feira de Cinzas de 1969, fui da rodoviária de Santos ao Cemitério da Filosofia, mas não cheguei a tempo para o enterro do meu pai. Levei um buquê de flores brancas para o finado Mariano Ríos, e uma rosa vermelha, viva de tão fresca, para outro defunto. Dois homens ainda estavam diante do túmulo, talvez pensassem na amizade dos três marinheiros, subtraída pela morte recente do Mariano. Os sobreviventes eram Jorge Badrouz e Oscar Doherty; usavam uniforme da Marinha Mercante, Jorge tirou o quepe para me dar os pêsames e deixou o sobre a lápide: “Mariano e meu irmão navegaram para o inferno sem sair do porto, Lina”.

 
Foi embora sem falar da viagem ao inferno. Oscar Doherty, ao meu lado, segurava uma palma de santarita na mão direita. Vi no túmulo do Mariano coroas de flores enviadas por mestres de cabotagem, oficiais de quarto e pilotos de rebocadores; vi um cacho de orquídeas brancas com as condolências da Delinha, e uma coroa grande e vistosa, enlaçada por uma faixa dourada com o nome da minha mãe, Ondina, dos “filhos Dácio e Lina”, do “neto Martim” e o do “genro Rodolfo”. O nome do meu ex-marido seria uma mensagem maledicente para mim ou um insulto à memória do morto? Por um momento, a raiva foi mais forte que a dor.

Sobre o livro

“Dança de enganos”, que chega às livrarias na próxima semana, é ambientado em Ouro Preto e conclui a trilogia “O lugar mais sombrio” de um dos maiores escritores brasileiros: Milton Hatoum. “No volume ‘Pontos de fuga’, seguimos acompanhando a formação sentimental, cultural e política do jovem Martim durante a ditadura militar brasileira”, lembra o autor amazonense, na apresentação do novo livro, ao se referir ao romance anterior. “O protagonista deixa Brasília e retorna a São Paulo, onde ingressa na faculdade de arquitetura e passa a morar numa república de estudantes. Distante do pai opressor e dos amigos de Brasília, e sobretudo afastado de Dinah, a atriz com quem sua relação ficou estremecida, ele assiste ao endurecimento do regime autoritário, ao mesmo tempo que experimenta as agruras e adversidades da vida adulta. Na cidade, Martim tem de reconstruir sua relação afetiva com pessoas e lugares. A rua da infância e do início da adolescência, por exemplo, é o local que abriga a temida sede do DoiCodi. A partir de anotações, cartas e bilhetes, e como se estivesse destinado a um eterno exílio, acompanhamos seus dias, sempre assombrados pela incógnita do desaparecimento da mãe, Lina, que neste terceiro volume da série tomará a frente da narrativa, trazendo à tona segredos e uma nova perspectiva à história”, informa o autor de “Dois irmãos”, eleito em agosto último para ocupar a cadeira 6 da Academia Brasileira de Letras, a respeito da trilogia iniciada em 2017 com “A noite da espera”.

Milton Hatoum em minas

O escritor amazonense Milton Hatoum (foto) estará em Belo Horizonte no fim deste mês para dois encontros. Na quarta-feira (29), o autor de “Dois irmãos” lança o novo livro, “Dança de enganos”, em participação no projeto “Letra em Cena”, no Espaço Multimeios do Centro Cultural Unimed-BH, do Minas Tênis Clube (Rua da Bahia, 2244, Lourdes), com ingressos distribuídos via plataforma Sympla. No dia seguinte, no cinema do espaço cultural do Minas, Hatoum apresenta sessão do longa-metragem “Retrato de um certo Oriente”, adaptação audiovisual dirigida pelo cineasta pernambucano Marcelo Gomes para o primeiro romance do escritor, “Relato de um certo Oriente” (1989, Prêmio Jabuti de melhor romance).

Depois de BH, Hatoum será homenageado na cidade de Drummond na 5ª edição do Festival Literário Internacional de Itabira (Flitabira), entre 29 de outubro e 2 de novembro. Além do amazonense, ganharão homenagens Conceição Evaristo, Ignácio de Loyola Brandão e Ana Maria Machado.

primeira leitura

“Dança de enganos”

Milton Hatoum

(“O lugar mais sombrio-Livro III”)

Tua vida ainda é um mistério. Quem proíbe o nosso encontro? Que demônio é esse? Reli essas frases da última carta. Meses depois, Martim me enviou outra, uma folha com uma caligrafia de inseto, acho que para não ser lida. Ou para não ser lida por mim? Apenas a data timbrada no envelope era legível: 5 dez. 1972. Palavras ocultas podem nos separar para sempre; essa folha interrompeu a correspondência, mas o tempo de silêncio tem uma história, por isso decidi escrever sobre minha vida e a das pessoas ao meu redor, embora ainda desconheça o demônio que proíbe o encontro com meu filho.

*

1.
Quarta-Feira de Cinzas de 1969, fui da rodoviária de Santos ao Cemitério da Filosofia, mas não cheguei a tempo para o enterro do meu pai. Levei um buquê de flores brancas para o finado Mariano Ríos, e uma rosa vermelha, viva de tão fresca, para outro defunto. Dois homens ainda estavam diante do túmulo, talvez pensassem na amizade dos três marinheiros, subtraída pela morte recente do Mariano. Os sobreviventes eram Jorge Badrouz e Oscar Doherty; usavam uniforme da Marinha Mercante, Jorge tirou o quepe para me dar os pêsames e deixou o sobre a lápide: “Mariano e meu irmão navegaram para o inferno sem sair do porto, Lina”.


Foi embora sem falar da viagem ao inferno. Oscar Doherty, ao meu lado, segurava uma palma de santarita na mão direita. Vi no túmulo do Mariano coroas de flores enviadas por mestres de cabotagem, oficiais de quarto e pilotos de rebocadores; vi um cacho de orquídeas brancas com as condolências da Delinha, e uma coroa grande e vistosa, enlaçada por uma faixa dourada com o nome da minha mãe, Ondina, dos “filhos Dácio e Lina”, do “neto Martim” e o do “genro Rodolfo”. O nome do meu ex-marido seria uma mensagem maledicente para mim ou um insulto à memória do morto? Por um momento, a raiva foi mais forte que a dor.

SOBRE o livro

“Dança de enganos”, que chega às livrarias na próxima semana, é ambientado em Ouro Preto e conclui a trilogia “O lugar mais sombrio” de um dos maiores escritores brasileiros: Milton Hatoum. “No volume ‘Pontos de fuga’, seguimos acompanhando a formação sentimental, cultural e política do jovem Martim durante a ditadura militar brasileira”, lembra o autor amazonense, na apresentação do novo livro, ao se referir ao romance anterior. “O protagonista deixa Brasília e retorna a São Paulo, onde ingressa na faculdade de arquitetura e passa a morar numa república de estudantes. Distante do pai opressor e dos amigos de Brasília, e sobretudo afastado de Dinah, a atriz com quem sua relação ficou estremecida, ele assiste ao endurecimento do regime autoritário, ao mesmo tempo que experimenta as agruras e adversidades da vida adulta. Na cidade, Martim tem de reconstruir sua relação afetiva com pessoas e lugares. A rua da infância e do início da adolescência, por exemplo, é o local que abriga a temida sede do DoiCodi. A partir de anotações, cartas e bilhetes, e como se estivesse destinado a um eterno exílio, acompanhamos seus dias, sempre assombrados pela incógnita do desaparecimento da mãe, Lina, que neste terceiro volume da série tomará a frente da narrativa, trazendo à tona segredos e uma nova perspectiva à história”, informa o autor de “Dois irmãos”, eleito em agosto último para ocupar a cadeira 6 da Academia Brasileira de Letras, a respeito da trilogia iniciada em 2017 com “A noite da espera”.

Milton Hatoum em minas

O escritor amazonense Milton Hatoum estará em Belo Horizonte no fim deste mês para dois encontros. Na quarta-feira (29), o autor de “Dois irmãos” lança o novo livro, “Dança de enganos”, em participação no projeto “Letra em Cena”, no Espaço Multimeios do Centro Cultural Unimed-BH, do Minas Tênis Clube (Rua da Bahia, 2244, Lourdes), com ingressos distribuídos via plataforma Sympla. No dia seguinte, no cinema do espaço cultural do Minas, Hatoum apresenta sessão do longa-metragem “Retrato de um certo Oriente”, adaptação audiovisual dirigida pelo cineasta pernambucano Marcelo Gomes para o primeiro romance do escritor, “Relato de um certo Oriente” (1989, Prêmio Jabuti de melhor romance). Depois de BH, Hatoum será homenageado na cidade de Drummond na 5ª edição do Festival Literário Internacional de Itabira (Flitabira), entre 29 de outubro e 2 de novembro. Além do amazonense, ganharão homenagens Conceição Evaristo, Ignácio de Loyola Brandão e Ana Maria Machado.

Reprodução


“Dança de enganos”
• De Milton Hatoum
• Companhia das Letras
• 256 páginas
• R$ 79,90
• Nas livrarias a partir da próxima semana

• De Milton Hatoum
• Companhia das Letras
• 256 páginas
• R$ 79,90
• Nas livrarias a partir da próxima semana

Tópicos relacionados:

romance

Acesse o Clube do Assinante

Clique aqui para finalizar a ativação.

Acesse sua conta

Se você já possui cadastro no Estado de Minas, informe e-mail/matrícula e senha. Se ainda não tem,

Informe seus dados para criar uma conta:

Digite seu e-mail da conta para enviarmos os passos para a recuperação de senha:

Faça a sua assinatura

Estado de Minas

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Aproveite o melhor do Estado de Minas: conteúdos exclusivos, colunistas renomados e muitos benefícios para você

Assine agora
overflay
Leia trecho do novo livro de Milton Hatoum
Primeira leitura

Leia trecho do novo livro de Milton Hatoum

'Dança de enganos', que encerra trilogia ambientada na ditadura militar, chega às livrarias na próxima semana

Publicidade
Carregando...

Milton Hatoum

(“O lugar mais sombrio-Livro III”)

Tua vida ainda é um mistério. Quem proíbe o nosso encontro? Que demônio é esse? Reli essas frases da última carta. Meses depois, Martim me enviou outra, uma folha com uma caligrafia de inseto, acho que para não ser lida. Ou para não ser lida por mim? Apenas a data timbrada no envelope era legível: 5 dez. 1972. Palavras ocultas podem nos separar para sempre; essa folha interrompeu a correspondência, mas o tempo de silêncio tem uma história, por isso decidi escrever sobre minha vida e a das pessoas ao meu redor, embora ainda desconheça o demônio que proíbe o encontro com meu filho.

*

1.
Quarta-Feira de Cinzas de 1969, fui da rodoviária de Santos ao Cemitério da Filosofia, mas não cheguei a tempo para o enterro do meu pai. Levei um buquê de flores brancas para o finado Mariano Ríos, e uma rosa vermelha, viva de tão fresca, para outro defunto. Dois homens ainda estavam diante do túmulo, talvez pensassem na amizade dos três marinheiros, subtraída pela morte recente do Mariano. Os sobreviventes eram Jorge Badrouz e Oscar Doherty; usavam uniforme da Marinha Mercante, Jorge tirou o quepe para me dar os pêsames e deixou o sobre a lápide: “Mariano e meu irmão navegaram para o inferno sem sair do porto, Lina”.

 
Foi embora sem falar da viagem ao inferno. Oscar Doherty, ao meu lado, segurava uma palma de santarita na mão direita. Vi no túmulo do Mariano coroas de flores enviadas por mestres de cabotagem, oficiais de quarto e pilotos de rebocadores; vi um cacho de orquídeas brancas com as condolências da Delinha, e uma coroa grande e vistosa, enlaçada por uma faixa dourada com o nome da minha mãe, Ondina, dos “filhos Dácio e Lina”, do “neto Martim” e o do “genro Rodolfo”. O nome do meu ex-marido seria uma mensagem maledicente para mim ou um insulto à memória do morto? Por um momento, a raiva foi mais forte que a dor.

Sobre o livro

“Dança de enganos”, que chega às livrarias na próxima semana, é ambientado em Ouro Preto e conclui a trilogia “O lugar mais sombrio” de um dos maiores escritores brasileiros: Milton Hatoum. “No volume ‘Pontos de fuga’, seguimos acompanhando a formação sentimental, cultural e política do jovem Martim durante a ditadura militar brasileira”, lembra o autor amazonense, na apresentação do novo livro, ao se referir ao romance anterior. “O protagonista deixa Brasília e retorna a São Paulo, onde ingressa na faculdade de arquitetura e passa a morar numa república de estudantes. Distante do pai opressor e dos amigos de Brasília, e sobretudo afastado de Dinah, a atriz com quem sua relação ficou estremecida, ele assiste ao endurecimento do regime autoritário, ao mesmo tempo que experimenta as agruras e adversidades da vida adulta. Na cidade, Martim tem de reconstruir sua relação afetiva com pessoas e lugares. A rua da infância e do início da adolescência, por exemplo, é o local que abriga a temida sede do DoiCodi. A partir de anotações, cartas e bilhetes, e como se estivesse destinado a um eterno exílio, acompanhamos seus dias, sempre assombrados pela incógnita do desaparecimento da mãe, Lina, que neste terceiro volume da série tomará a frente da narrativa, trazendo à tona segredos e uma nova perspectiva à história”, informa o autor de “Dois irmãos”, eleito em agosto último para ocupar a cadeira 6 da Academia Brasileira de Letras, a respeito da trilogia iniciada em 2017 com “A noite da espera”.

Milton Hatoum em minas

O escritor amazonense Milton Hatoum (foto) estará em Belo Horizonte no fim deste mês para dois encontros. Na quarta-feira (29), o autor de “Dois irmãos” lança o novo livro, “Dança de enganos”, em participação no projeto “Letra em Cena”, no Espaço Multimeios do Centro Cultural Unimed-BH, do Minas Tênis Clube (Rua da Bahia, 2244, Lourdes), com ingressos distribuídos via plataforma Sympla. No dia seguinte, no cinema do espaço cultural do Minas, Hatoum apresenta sessão do longa-metragem “Retrato de um certo Oriente”, adaptação audiovisual dirigida pelo cineasta pernambucano Marcelo Gomes para o primeiro romance do escritor, “Relato de um certo Oriente” (1989, Prêmio Jabuti de melhor romance).

Depois de BH, Hatoum será homenageado na cidade de Drummond na 5ª edição do Festival Literário Internacional de Itabira (Flitabira), entre 29 de outubro e 2 de novembro. Além do amazonense, ganharão homenagens Conceição Evaristo, Ignácio de Loyola Brandão e Ana Maria Machado.

primeira leitura

“Dança de enganos”

Milton Hatoum

(“O lugar mais sombrio-Livro III”)

Tua vida ainda é um mistério. Quem proíbe o nosso encontro? Que demônio é esse? Reli essas frases da última carta. Meses depois, Martim me enviou outra, uma folha com uma caligrafia de inseto, acho que para não ser lida. Ou para não ser lida por mim? Apenas a data timbrada no envelope era legível: 5 dez. 1972. Palavras ocultas podem nos separar para sempre; essa folha interrompeu a correspondência, mas o tempo de silêncio tem uma história, por isso decidi escrever sobre minha vida e a das pessoas ao meu redor, embora ainda desconheça o demônio que proíbe o encontro com meu filho.

*

1.
Quarta-Feira de Cinzas de 1969, fui da rodoviária de Santos ao Cemitério da Filosofia, mas não cheguei a tempo para o enterro do meu pai. Levei um buquê de flores brancas para o finado Mariano Ríos, e uma rosa vermelha, viva de tão fresca, para outro defunto. Dois homens ainda estavam diante do túmulo, talvez pensassem na amizade dos três marinheiros, subtraída pela morte recente do Mariano. Os sobreviventes eram Jorge Badrouz e Oscar Doherty; usavam uniforme da Marinha Mercante, Jorge tirou o quepe para me dar os pêsames e deixou o sobre a lápide: “Mariano e meu irmão navegaram para o inferno sem sair do porto, Lina”.


Foi embora sem falar da viagem ao inferno. Oscar Doherty, ao meu lado, segurava uma palma de santarita na mão direita. Vi no túmulo do Mariano coroas de flores enviadas por mestres de cabotagem, oficiais de quarto e pilotos de rebocadores; vi um cacho de orquídeas brancas com as condolências da Delinha, e uma coroa grande e vistosa, enlaçada por uma faixa dourada com o nome da minha mãe, Ondina, dos “filhos Dácio e Lina”, do “neto Martim” e o do “genro Rodolfo”. O nome do meu ex-marido seria uma mensagem maledicente para mim ou um insulto à memória do morto? Por um momento, a raiva foi mais forte que a dor.

SOBRE o livro

“Dança de enganos”, que chega às livrarias na próxima semana, é ambientado em Ouro Preto e conclui a trilogia “O lugar mais sombrio” de um dos maiores escritores brasileiros: Milton Hatoum. “No volume ‘Pontos de fuga’, seguimos acompanhando a formação sentimental, cultural e política do jovem Martim durante a ditadura militar brasileira”, lembra o autor amazonense, na apresentação do novo livro, ao se referir ao romance anterior. “O protagonista deixa Brasília e retorna a São Paulo, onde ingressa na faculdade de arquitetura e passa a morar numa república de estudantes. Distante do pai opressor e dos amigos de Brasília, e sobretudo afastado de Dinah, a atriz com quem sua relação ficou estremecida, ele assiste ao endurecimento do regime autoritário, ao mesmo tempo que experimenta as agruras e adversidades da vida adulta. Na cidade, Martim tem de reconstruir sua relação afetiva com pessoas e lugares. A rua da infância e do início da adolescência, por exemplo, é o local que abriga a temida sede do DoiCodi. A partir de anotações, cartas e bilhetes, e como se estivesse destinado a um eterno exílio, acompanhamos seus dias, sempre assombrados pela incógnita do desaparecimento da mãe, Lina, que neste terceiro volume da série tomará a frente da narrativa, trazendo à tona segredos e uma nova perspectiva à história”, informa o autor de “Dois irmãos”, eleito em agosto último para ocupar a cadeira 6 da Academia Brasileira de Letras, a respeito da trilogia iniciada em 2017 com “A noite da espera”.

Milton Hatoum em minas

O escritor amazonense Milton Hatoum estará em Belo Horizonte no fim deste mês para dois encontros. Na quarta-feira (29), o autor de “Dois irmãos” lança o novo livro, “Dança de enganos”, em participação no projeto “Letra em Cena”, no Espaço Multimeios do Centro Cultural Unimed-BH, do Minas Tênis Clube (Rua da Bahia, 2244, Lourdes), com ingressos distribuídos via plataforma Sympla. No dia seguinte, no cinema do espaço cultural do Minas, Hatoum apresenta sessão do longa-metragem “Retrato de um certo Oriente”, adaptação audiovisual dirigida pelo cineasta pernambucano Marcelo Gomes para o primeiro romance do escritor, “Relato de um certo Oriente” (1989, Prêmio Jabuti de melhor romance). Depois de BH, Hatoum será homenageado na cidade de Drummond na 5ª edição do Festival Literário Internacional de Itabira (Flitabira), entre 29 de outubro e 2 de novembro. Além do amazonense, ganharão homenagens Conceição Evaristo, Ignácio de Loyola Brandão e Ana Maria Machado.

Reprodução


“Dança de enganos”
• De Milton Hatoum
• Companhia das Letras
• 256 páginas
• R$ 79,90
• Nas livrarias a partir da próxima semana

• De Milton Hatoum
• Companhia das Letras
• 256 páginas
• R$ 79,90
• Nas livrarias a partir da próxima semana

Tópicos relacionados:

romance

Acesse o Clube do Assinante

Clique aqui para finalizar a ativação.