editorial

O espaço da economia criativa no Brasil

Diante da diversidade, riqueza artística e força do empreendedorismo popular, essa cadeia de negócios pode contribuir mais para o crescimento do país

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Espalhada por diversas áreas, a economia criativa vem se consolidando no Brasil nas últimas décadas. Presentes em segmentos da indústria, serviços, gastronomia, turismo, moda, tecnologia, entre outros, as atividades que transformam criatividade em valor econômico têm conquistado espaço e demonstrado vitalidade. Os números indicam um panorama promissor, mas em um país com tantas desigualdades esse horizonte pode ser mais amplo.

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Levantamento feito pelo Observatório Nacional da Indústria (ONI), núcleo de informações da Confederação Nacional da Indústria (CNI), indica que 1 milhão de vagas de trabalho serão geradas pela economia criativa até 2030. Hoje, esse modelo emprega 7,4 milhões de pessoas, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para o 4º trimestre de 2022. Segundo as projeções, esse incremento ocorrerá no mercado formal, com carteira assinada, e no informal.


A questão é que, diante da diversidade, riqueza artística e força do empreendedorismo popular, essa cadeia de negócios pode contribuir mais para o crescimento brasileiro. O conjunto de ações para estimular inovações e renovar meios tradicionais do mercado precisa avançar ao ponto de ser uma alternativa estratégica de desenvolvimento do país.


Um dos grandes desafios a serem enfrentados está relacionado às diferenças regionais – o que fica claro ao analisar o relatório produzido pela CNI. Há uma concentração elevada de empresas de economia criativa no Sudeste (56.222) e no Sul (31.643) do Brasil. Nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, um movimento crescente tem acontecido, porém inferior ao potencial que possuem. Já entre os estabelecimentos, cerca de 111 mil estão concentrados em micro e pequenas empresas – 86.917 e 24.381, respectivamente, segundo os dados da CNI. As médias e grandes, juntas, representam menos de 6 mil.


Esse quadro revela a realidade da economia criativa no país: está atrelada ao empreendedorismo de seus idealizadores. E, apesar de toda a sua capacidade de reinvenção, o setor precisa de uma atuação decisiva dos governos. À administração pública cabe fomentar formação técnica, ampliar editais e garantir marcos regulatórios que protejam os trabalhadores, além de viabilizar a automação.


A iniciativa privada também tem seu papel, com a responsabilidade de reconhecer o potencial desse vetor, investindo em parcerias e compra de serviços criativos. A sociedade, por sua vez, deve acreditar na qualidade do que é produzido e oferecido por esse ramo da economia, apoiando os empreendedores e cobrando incentivos.


O entendimento de que a economia criativa é um ativo estratégico para o desenvolvimento precisa ser disseminado. Os relevantes impactos econômicos e sociais desse modelo, com sua capacidade de proporcionar receita de forma sustentável e promover o desenvolvimento humano, são determinantes para o futuro do país. Em um cenário global de demanda por novidades, renunciar ao talento brasileiro significa desperdiçar um diferencial na desenfreada competição do mercado mundial.

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