artigo

Dia Mundial da Gentileza: a força silenciosa que transforma o mundo

Ser gentil é um caminho de amadurecimento: quanto mais aprendemos a cuidar de nós, mais natural se torna cuidar do mundo ao redor

Publicidade
Carregando...

De: EDUARDO SHINYASHIKI - Neuropsicólogo especialista no desenvolvimento de competências socioemocionais

Fique por dentro das notícias que importam para você!

SIGA O ESTADO DE MINAS NO Google Discover Icon Google Discover SIGA O EM NO Google Discover Icon Google Discover

Em um mundo acelerado, em que a pressa substitui a presença e a reação toma o lugar da escuta, a gentileza surge como um ato de coragem. Mais do que boas maneiras, ela é uma escolha consciente de manter a humanidade viva em nós. A neurociência confirma o que o coração sempre soube: quando somos gentis – ou quando recebemos um gesto de gentileza – nosso cérebro vive uma verdadeira celebração. Dopamina, serotonina, endorfina e oxitocina são liberadas, criando bem-estar, reduzindo o estresse e fortalecendo o sistema imunológico.


Mas há diferentes formas de gentileza. A que nasce da empatia vem da segurança interior e do reconhecimento de que todos têm valor. Já a gentileza que busca agradar nasce do medo de não ser aceito. Uma nutre, a outra esgota. Quando o gesto vem da carência, o cérebro não libera as mesmas substâncias do prazer; o resultado é ansiedade, não conexão. A empatia, ao contrário, traz serenidade e paz. É o que chamo de gentileza consciente: aquela que brota da autenticidade e da autoestima, e não da necessidade de aprovação.


Por isso, ser gentil não significa dizer “sim” para tudo. Gentileza não é submissão. É possível unir ternura e firmeza. Ser gentil é escolher agir com respeito e empatia, sem abrir mão de limites saudáveis. A verdadeira gentileza inclui autocuidado e autocompaixão. Quando a pessoa se doa continuamente sem se nutrir, cai no que a neurociência chama de burnout empático: o esgotamento que surge quando cuidamos tanto do outro que esquecemos de cuidar de nós.


Chamo de gentileza firme a postura que acolhe sem se anular, que compreende sem perder a integridade. É o equilíbrio entre o coração aberto e os pés no chão. Quando nos conhecemos e nos respeitamos, conseguimos dizer “não” com amor e “sim” com presença. Essa é a gentileza que transforma relações, porque nasce da consciência, não da carência.


A gentileza é filha da presença, e a pressa é seu oposto. O estresse ativa o modo de defesa do cérebro e nos afasta da empatia. Por isso, desacelerar é um gesto de amor. Respirar fundo antes de reagir, ouvir com atenção e olhar nos olhos são pequenas atitudes que devolvem humanidade ao nosso cotidiano.


Ser gentil é um caminho de amadurecimento: quanto mais aprendemos a cuidar de nós, mais natural se torna cuidar do mundo ao redor. Que o Dia Mundial da Gentileza nos lembre de que transformar o mundo começa com a forma como escolhemos tratar quem está ao nosso lado – inclusive nós mesmos.

Tópicos relacionados:

ciencia dia-mundial-da-gentileza gentileza

Acesse o Clube do Assinante

Clique aqui para finalizar a ativação.

Acesse sua conta

Se você já possui cadastro no Estado de Minas, informe e-mail/matrícula e senha. Se ainda não tem,

Informe seus dados para criar uma conta:

Digite seu e-mail da conta para enviarmos os passos para a recuperação de senha:

Faça a sua assinatura

Estado de Minas

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Aproveite o melhor do Estado de Minas: conteúdos exclusivos, colunistas renomados e muitos benefícios para você

Assine agora
overflay