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editorial

Brasil avança em indicadores de maternidade

Dos fatores que prejudicam mães negras estão o acesso limitado a cuidados médicos, falha no pré-natal, complicações na hora do parto e falta de atendimento

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O número de mortes de parturientes vem declinando no Brasil desde 2021, quando chegou a 3.024 vítimas, principalmente, devido à pandemia da COVID-19. Em 2023, 1.292 mulheres não resistiram ao parto, sendo 734 atendidas na rede pública, 456 na rede privada e 82 em estabelecimento não informado. As mulheres pretas e pardas foram as que mais foram a óbito (847) em 2023; as brancas somaram 389; e as indígenas, 42. Entre as asiáticas, houve uma morte.

Em 2022, a cada 100 mil nascidos vivos, 57,7 parturientes morriam. O número de óbitos entre mulheres negras chegava a 110,6, quase duas vezes mais do que o total geral de vítimas brancas. Diante da flagrante desproporção, o governo brasileiro estabeleceu como meta reduzir em 50% a mortalidade de mulheres negras até 2027. Entre os fatores que prejudicam essas gestantes estão o acesso limitado a cuidados médicos de qualidade, falha no pré-natal, complicações na hora do parto e falta de atendimento humanizado.

A ideia é se antecipar a um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), inclusive com melhor desempenho. A meta estabelecida com a agência internacional é de, até 2030, ter no máximo 30 mortes a cada 100 mil nascidos vivos.

Alcançar esse resultado e outros em favor da saúde das mulheres implicará fortes ajustes na oferta dos serviços públicos de saúde. Entre eles, o pré-natal, a atenção às doenças que comprometem o parto, como a hipertensão nas mulheres negras, e o atendimento humanizado independentemente do fator étnico-racial. É essencial ainda melhorar a rede pública em todos os municípios para que o Sistema Único de Saúde (SUS) seja efetivamente universal, como propuseram seus criadores.

Em queda também estão os partos de adolescentes. No primeiro semestre de 2024, em todo o país, 141 mil jovens entre 10 e 19 anos deram à luz. Uma redução relevante se comparada a igual período de 2023, quando nasceram 286 mil bebês de mães nessa faixa etária, segundo os dados do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc), do Ministério da Saúde.

Desde de 2015 vem ocorrendo um decréscimo no parto entre adolescentes. Para os especialistas, isso tem ocorrido porque jovens com mais acesso aos serviços de saúde e maior escolaridade têm percebido que é essencial adiar a maternidade, a fim de avançar profissionalmente, entre outros objetivos. As mães, principalmente as que são “solo”, também têm orientado suas filhas para que não repitam a condição de vulnerabilidade.

Mas não foram só as mães que mudaram. As escolas também têm sido um espaço para dialogar com jovens sobre as inconveniências de uma gestação precoce. Ainda que na sociedade haja uma camada retrógrada que condena a educação sexual dos jovens, falar sobre o tema com os adolescentes tem feito a diferença.

Esclarecimento não pode ser confundido com apologia ao sexo. Assim como é descabido diferenciar o atendimento às parturientes a partir da cor da pele e condição socioeconômica. Salvar vidas é o maior objetivo dos que se propõem a ser profissionais da saúde.

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