Se jovem é curioso, costuma quebrar normas e gosta de exercitar a experimentação no último grau, um levantamento divulgado esta semana derruba esse padrão. Jovens da Geração Z – que incluem pessoas nascidas entre 1995 e 2009 – estão consumindo menos bebidas alcoólicas em comparação com as gerações anteriores, segundo pesquisa feita pela martech MindMiner.


“O dossiê das bebidas” ouviu 3 mil respondentes de todo o país, de diversas faixas etárias. A pesquisa revelou que 45% da Geração Z consome álcool, enquanto os Millennials ou Geração Y (nascidos entre 1982 a 1994) representam 57%, a Geração X (nascidos entre 1965 e 1981), 67% e os Boomers (nascidos entre 1945 e 1964), 65%. Essa tendência de queda está relacionada principalmente à falta de interesse (58%) e ao sabor das bebidas (35%), contribuindo para uma mudança significativa nos padrões de comportamento.


O levantamento também mostra que 57% dos entrevistados consomem bebidas alcoólicas, e, entre as categorias mais populares, a tradicional cerveja lidera com 44%, seguida de perto pelo vinho, com 37%, destilados, com 36%, “ready to drink” (prontas para consumo), com 26%, e outras opções somando 24%. Para os especialistas, o estudo mostra uma mudança de paradigmas – em que a saúde e o bem-estar ganham destaque – e a Geração Z aparece como força impulsora dessa transformação, consumindo menos álcool e optando por estilos de vida mais equilibrados.


Se a cervejinha ainda é a “menina dos olhos” entre as bebidas alcoólicas, por outro lado uma nova frente vem ganhando força: a cerveja sem álcool, o que demonstra uma crescente conscientização e aceitação por parte dos consumidores. O alto índice de familiaridade, com 82% dos entrevistados afirmando conhecer o produto, sugere uma penetração significativa no mercado.


Além disso, 47% já experimentaram cerveja sem álcool e a disposição desse público em pagar mais por bebidas que promovem benefícios à saúde é revelada por 57% dos entrevistados. Vale destacar, ainda, a associação entre cerveja sem álcool e atividade física – observada em 88% dos conhecedores da bebida. Seria um crescimento do estilo de vida ativo e saudável (active and healthy lifestyle)?


Está aí uma boa oportunidade para parcerias entre poder público, escolas e famílias. A promoção de campanhas e eventos voltados à valorização da qualidade de vida e do bem-estar tem chance de receber grande quantidade de adesões. Podem ser ambientes propícios para se abordar questões como cuidados com o corpo, alimentação adequada, exercícios físicos e prevenção de doenças, por exemplo. Especialistas estarão se dirigindo a pessoas que, segundo os números indicam, são mais abertas às recomendações para se obter uma vida saudável.