As primeiras análises sobre as tendências de bens de consumo em supermercados para este ano mostram os principais fatores que influenciam na decisão de compra dos brasileiros. Seja no varejo físico ou no on-line, o preço ainda lidera a preferência dos consumidores, com 66% dos votos, seguido pela qualidade do produto (60,1%) e pelas promoções e descontos (59,8%). Ou seja, o custo é fator decisivo.

A pesquisa “Tendências de Bens de Consumo para 2024”, realizada pela Neogrid, empresa que desenvolve soluções para gestão em consumo, em parceria com a Opinion Box, que atua na área de tecnologia para pesquisa de mercado e experiência do cliente, também destaca que, em relação ao comportamento de compra do brasileiro em diferentes estratos sociais, 75% dos entrevistados das classes A e B priorizam a qualidade, enquanto 57% das classes C, D e E demonstram atenção a esse aspecto.

Um dado marcante do levantamento é a “mania” que o brasileiro tem de pesquisar preços – e isso independe se são supermercados diferentes ou entre marcas variadas. Quase 80% dos entrevistados afirmaram que sempre procuram varejistas que estão em promoção e mais de 50% disseram que frequentemente comparam o preço entre marcas que consideram adquirir. Com a escalada dos preços dos produtos, a tendência de pechinchar está cada vez mais forte na cabeça do consumidor. Alguns supermercados, na tentativa de segurar o cliente, ainda oferecem o serviço de pagamento parcelado em até três vezes sem juros no cartão de crédito.

O estudo mostra que enquanto a qualidade do produto é prioritária para estratos sociais mais elevados (A e B), o preço ganha ainda mais relevância entre as classes C, D e E, o que revela a necessidade cada vez maior de estratégias personalizadas para atender diferentes perfis, além de uma variedade de produtos para os mais e os menos abastados.

Quanto às promoções, a preferência dos consumidores são marcas próprias dos supermercados, que oferecem brindes e kits mais acessíveis. Nesse item, 90% afirmam incluir as melhores ofertas em seus carrinhos de compras, 80% acompanham as promoções de produtos específicos que desejam comprar e 64% comparam preços de mercados grandes e de mercados de bairro.

A pesquisa reforça ainda a tripla jornada da mulher. Observar o preço dos produtos nas prateleiras é um comportamento mais feminino que masculino: 81% das mulheres afirmam que sempre olham os valores dos itens no supermercado; já entre os homens, o índice é de 69%.

De fato, com salários que não acompanham a alta de preços, a qualidade do produto muitas vezes é posta de lado. A depender dos estratos sociais bem definidos, a quantia gasta será determinante por muitos e muitos anos. O brasileiro sabe muito bem como lidar com substituição de marcas ou de produtos (se o arroz está mais caro, foge para o macarrão, por exemplo), para evitar despesas além do esperado. São anos e anos sempre convivendo com a inflação e o desafio de garantir comida no prato para toda a família.