A partir de sábado, o Brasil para. Começa o carnaval, a maior festa popular do país. Milhares de brasileiros deixam de lado problemas, necessidades e embarcam na avenida da Folia de Momo. Há décadas, a festa é uma atração internacional. Nas principais cidades, desembarcam turistas de todos os cantos do planeta.
Neste ano, algumas capitais, como Belo Horizonte, chegarão à avenida com novidades. Blocos de mulheres foram organizados para protestar contra o aumento de vítimas de feminicídio. No Distrito Federal, bem como em outras grandes cidades, as mulheres aproveitarão a festa para condenar o assédio masculino e outros comportamentos criminosos.


Nas passarelas, entrará também o “não é não”, slogan criado por um coletivo feminino contra a violência e o assédio sexual, outra brutalidade também proveniente do machismo. A advertência virou adesivo e tatuagem temporária, que elas poderão usar tanto na roupa quanto no corpo, para que os potenciais agressores de plantão possam não só ouvir, mas também ler e, assim, se comportarem de modo respeitoso.


O Ministério da Saúde lançou a campanha de orientação para que a ressaca do carnaval não acarrete problemas graves de saúde, como as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). O uso de preservativos é precaução básica para evitar as IST mais conhecidas: HIV; sífilis; herpes genital; HPV; gonorreia; infecção por clamídia; hepatites B e C; infecção pelo HTLV; e tricomoníase. A recordação do carnaval não pode ser associada à perda da boa saúde nem tornar o folião dependente de tratamentos médicos pelo resto da vida. ”Use camisinha. Previna-se!”, recomenda o Ministério da Saúde. O alerta vale para os héteros e o público LGBTQIAP+, afinal todos são pessoas com sentimentos e merecedoras de respeito.


Carnaval é um momento de enorme e contagiante alegria, e de descontração plena. Evitar conflitos, afastar-se daqueles que têm comportamentos inconvenientes, seja por má educação, seja por excesso de bebida alcoólica, é a melhor conduta para aproveitar a folia. Cantar, sambar, participar dos desfiles das escolas e dos blocos carnavalescos são tudo que importa nesses dias em que o país está unido na maior festa popular do planeta.


Se os foliões têm que ter responsabilidade, cuidar de si e dos que estão ao seu lado, é fundamental também que as forças de segurança pública tenham estratégia e estejam alerta para salvaguardar a integridade dos carnavalescos. Intervir com moderação ao menor sinal de conflito, evitando que uma discussão ou desentendimento tenha um desfecho letal.


O carnaval é a maior manifestação popular do país. Não é um evento comum. Leva às ruas as mais belas tradições do povo brasileiro, que revelam as multifaces da nossa pluralidade cultural. Paz e alegria têm de ser o tom mais alto da alegria de Momo. Feliz carnaval a todos e todas.