Um diretor de escola foi preso na manhã de segunda-feira (18/3) em uma escola estadual de Campinas, interior de São Paulo, com centenas de vídeos de pornografia infantil. As cenas envolvem, inclusive, bebês, de acordo com a polícia.



A investigação teve início na semana passada, a partir de uma denúncia anônima.

 

"Muita energia foi desprendida nessa investigação para que a gente desse uma resposta célere. Como ele tinha uma função de direção, num estabelecimento de ensino onde estudam crianças com idade entre 6 e 10 anos, imprimimos uma marcha maior nessa investigação", afirmou o Luiz Fernando Marucci, delegado titular do 2º DP de Campinas, em entrevista ao EPTV1, da afiliada da Globo em Campinas.

 

Adenilson Carlos da Costa, 50, é diretor da Escola Estadual Dona Castorina Cavalheiro, tradicional colégio na Vila Itapura, onde estudam cerca de 400 crianças.

 

Foi instaurado inquérito policial e, na segunda, foram feitas as buscas. Segundo boletim de ocorrência, no celular de Costa foram encontradas centenas de vídeos de crianças e adolescentes em cenas de sexo explícito, que teriam sido recebidos e compartilhados pelo diretor via WhatsApp.

 

"As imagens geram repulsa visto que muitos dos vídeos envolvem bebês", consta no registro policial.

 

Além do celular, na escola foram apreendidos um computador e quatro pendrives. Na casa do diretor, no centro, a polícia recolheu mais um computador, um HD externo e outros dois pendrives.

 

De acordo com o delegado, Costa evitou dar declarações. "Ele foi bem sucinto. Disse ser um contumaz consumidor desse material e exerceu o direito de ficar em silêncio. Nas imagens do celular não há nenhum vídeo com a imagem desse investigado ou imagens do ambiente escolar", afirmou.

 

Ainda segundo o delegado, até o momento, apenas o celular passou por perícia. Outros materiais apreendidos ainda serão analisados. Segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), os objetos foram encaminhados ao Instituto de Criminalística.

 

Costa foi preso em flagrante sob suspeita de armazenamento e compartilhamento de pornografia infantil. De acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo, ele passou por audiência de custódia nesta terça (19) e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva (sem prazo). Os autos tramitam em segredo de Justiça.

 

De acordo com o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), a pena prevista vai de 1 a 4 anos de prisão para quem armazena material pornográfico envolvendo crianças e adolescentes; de 3 a 6 anos para quem compartilha; e de 4 a 8 anos para quem produz o material.

A Folha de S.Paulo entrou em contato com o advogado Wilk Carlos da Costa, aparece no registro policial como sendo o defensor de Costa. O advogado, porém, disse que representa o cliente apenas em outro processo cível e que não sabe quem são os advogados nesse caso.

 

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo afirma que a Diretoria de Ensino Campinas Leste e o Conviva SP (Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar) estão à disposição da polícia para colaborar nas investigações do diretor. Em paralelo, uma apuração preliminar sobre a conduta dele está sendo realizada.

 

"A Seduc repudia toda e qualquer forma de assédio dentro ou fora do ambiente escolar. O Conviva SP irá realizar ações de acolhimento aos estudantes, professores e equipe de gestão e, junto à diretoria de ensino e escola, está à disposição da comunidade escolar para esclarecimentos", afirmou.

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