Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, durante julgamento no 1º Tribunal do Júri, no centro do Rio, em 2015 -  (crédito: Ricardo Borges/Folhapress)

Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, durante julgamento no 1º Tribunal do Júri, no centro do Rio, em 2015

crédito: Ricardo Borges/Folhapress

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Fernandinho Beira-Mar, uma das principais lideranças do Comando Vermelho, foi transferido do presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, na última semana. A mudança se deu após o local registrar a primeira fuga de detentos de uma unidade de segurança máxima.

 

O Brasil reúne cinco presídios de segurança máxima sob coordenação do Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais), do Ministério da Justiça. Essas unidades estão situadas em Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Porto Velho (RO), Mossoró (RN) e Distrito Federal.

 

São prisões construídas para receber lideranças do crime organizado e condenados de alta periculosidade. Ao todo, os cinco presídios abrigam 489 presos. Não foi informado para qual presídio Beira-Mar foi transferido.

 

Além de Fernandinho Beira-Mar, a lista reúne Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, identificado como líder do PCC; e Marcelo Valle Silveira Mello, um dos criadores do Dogolachan, fórum extremista que já foi considerado a maior rede de ódio do país.

 

Tais presídios são equipados com modernos sistemas de vigilância, com câmeras escondidas e sensores para detectar pessoas e drogas. Cada preso tem uma cela individual.

 

Os presídios também contam com equipamentos para atendimentos médico, odontológico, psicológico e de enfermagem, com o intuito de evitar a transferência dos presos.

 

O primeiro deles foi inaugurado em Catanduvas (PR), em junho de 2006. Logo no mês seguinte a unidade recebeu Fernandinho Beira-Mar, que também passou pelo presídio em Campo Grande e, hoje, está na unidade em Mossoró.

 

A transferência de presos entre as unidades ocorre com certa frequência e raramente é divulgada, por questões de segurança e até mesmo sigilo judicial. 

 

CRIMINOSOS QUE CUMPREM PENA OU JÁ PASSARAM POR PRESÍDIOS FEDERAIS

 

CAMPO GRANDE (MS)

 

Marcinho VP

 

Márcio dos Santos Nepomuceno é apontado como chefe do Comando Vermelho e responsável pelos pontos de venda de drogas no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. 

 

Marcelo Valle Silveira Mello

 

Preso por ameaças terroristas, divulgação de pornografia, incitação à violência e racismo, entre outros crimes. 

 

Juan Carlos Abadía

 

Líder de cartel de drogas na Colômbia e fugitivo da polícia norte-americana, foi preso em Barueri (SP) e deportado para os Estados Unidos. 

 

CATANDUVAS (PR)

 

Marcelo Piloto

 

Marcelo Pinheiro Veiga, considerado uma das lideranças do Comando Vermelho, tem extensa ficha criminal: homicídios, roubos, incêndio, porte ilegal de armas e formação de quadrilha. 

 

Elias Maluco

 

Elias Pereira da Silva foi um dos maiores traficantes do Rio de Janeiro e responsável pelo assassinato do jornalista Tim Lopes. Foi encontrado morto em sua cela no presídio de Catanduvas em setembro de 2020. 

 

MOSSORÓ (RN)

 

Fernandinho Beira-Mar

 

Luiz Fernando da Costa é considerado um dos principais traficantes de armas e drogas da América Latina.

   

Élcio de Queiroz

 

Expulso da Polícia Militar em 2015 e acusado de atuar em milícias, ele confessou participação na execução da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, em 2018.

  

Ronnie Lessa

 

Também acusado da participação na morte de Marielle Franco. Segundo Élcio de Queiroz, que dirigia o veículo usado no crime, foi Lessa quem atirou contra a vereadora e o motorista Anderson Gomes. 

 

PORTO VELHO (RO)

 

Marcola

 

Marcos Camacho, apontado como líder do PCC, cumpriu pena na Papuda, no Distrito Federal, e hoje está em Porto Velho. Já havia estado no DF antes, mas foi transferido quando surgiram indícios de um plano para resgatá-lo, assim como outras lideranças do PCC. 

 

DISTRITO FEDERAL

 

Cesare Battisti

 

Ativista italiano condenado à prisão perpétua pela Justiça de seu país, Battisti morava no Rio de Janeiro em 2007, quando teve a prisão preventiva decretada, e foi transferido para Papuda.