SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um relatório de monitoramento da incidência de dengue no Brasil sugere que 13% da população testada para dengue no mês de janeiro recebeu resultado positivo para a doença. O valor é mais do que o dobro do registrado no mesmo período do ano passado (6%).

Os dados fazem parte de levantamento do ITpS (Instituto Todos pela Saúde), que desde 2022 monitora a situação epidemiológica da doença com base em testes de laboratórios. Cerca de 50 mil testes foram aplicados no período, a maioria nas regiões sudeste e centro-oeste.



O indicador mais recente demonstra aceleração na taxa de testes positivos, que em novembro passado era de apenas 0,7%.

Os dados foram coletados pelos laboratórios do Hospital Israelita Albert Einstein, Hilab, HLAGyn e Sabin, parceiros do instituto. O monitoramento do ITpS mostra ainda que o patamar de positividade de janeiro só foi alcançado no mês seguinte em anos anteriores. Em 2022 e 2023, os testes positivos tiveram pico em abril.

"O ITpS destaca a importância da análise de dados em tempo oportuno para fornecer informações que possam ajudar o poder público e as entidades médicas a acompanhar a dinâmica da epidemia e, assim, subsidiar decisões de saúde pública de acordo com o cenário observado", diz o instituto, em nota.

Segundo o Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde, até 7 de fevereiro, nas cinco primeiras semanas epidemiológicas de 2024 foram registrados 392.724 casos prováveis da doença. No mesmo período de 2023, foram 93.298 registros.

 

Mobilização nacional

Nesta semana, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, fez alerta sobre a escalada dos casos de dengue no país. Em pronunciamento nacional, ela afirmou que a situação de emergência exige uma mobilização de toda a população, além de governo federal, governadores e prefeitos.

Um COE (Centro de Operações de Emergências) foi montado para analisar diariamente a evolução dos casos e mobilizar as ações de todos os órgãos.

À população, a chefe da pasta pediu o que está na cartilha do combate à doença: tampar as caixas d'água, descartar o lixo corretamente, manter as vasilhas de água dos animais sempre limpas, guardar garrafas e pneus em locais cobertos, além de retirar água acumulada dos vasos e plantas.

Segundo autoridades em saúde, a maior parte dos criadouros do Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença, estão dentro de residências.

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