A Penitenciária Federal em Mossoró foi criada em 2009 -  (crédito: Divulgação/Secretaria Nacional de Políticas Penais)

A Penitenciária Federal em Mossoró foi criada em 2009

crédito: Divulgação/Secretaria Nacional de Políticas Penais

As buscas pelos dois presos que fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, contam com mais de 300 agentes de segurança, além do uso de três helicópteros e drones. Desde quarta-feira (14/2), os governos federal e estadual trabalham para recapturar Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento. Os fugitivos são ligados a uma facção criminosa do Rio de Janeiro.

A Secretaria Nacional de Políticas Penais criou um gabinete de crise com representantes da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e da segurança estadual do Rio Grande do Norte. A Interpol, que conta com 100 agentes federais trabalhando no caso, já inseriu o nome dos fugitivos na lista vermelha, que é um pedido às autoridades em todo o mundo para localizar e prender provisoriamente uma pessoa pendente de extradição, entrega ou ação legal semelhante.

O ministro da Justiça e Segurança Pública Ricardo Lewandowski afirmou, em entrevista coletiva na quinta-feira (15/2), que há duas investigações em curso. Uma delas tem o objetivo de apurar as reponsabilidades da fuga e que podem levar a um processo administrativo. Ela está sob a liderança do titular da Secretaria Nacional de Políticas Penais, André Garcia. Também há um inquérito no âmbito da Polícia Federal para apurar eventuais reponsabilidades de natureza criminal das pessoas que, eventualmente, facilitaram a fuga dos dois detentos da penitenciária.

O ministro também declarou que os investigadores acreditam que os fugitivos estejam a cerca de 15 quilômetros do presídio. "É um local de matas, uma zona rural. Temos notícias que uma casa, rural, tenha sido invadida, onde houve furto de roupas e comidas e, certamente, isso pode estar relacionado a esses dois fugitivos que estão tentando sobreviver nesta área que se encontram”, disse Lewandowski.

Medidas em penitenciárias federais

A fuga de Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento foi a primeira registrada no Sistema Penitenciário Federal do Brasil e acendeu um alerta por ter ocorrido em uma unidade de segurança máxima. Por isso, o Ministério da Justiça e Segurança Pública anunciou uma série de medidas para fortalecer a segurança nas cinco penitenciárias federais do país, como a ampliação dos sistemas de alarmes e sensores de presença, além da construção de muralhas em todos as unidades prisionais, a exemplo do que foi feito no Distrito Federal.

“Iremos fazer a modernização do sistema de videomonitoramento dos cinco presídios federais de segurança máxima. Também iremos aperfeiçoar o controle de acesso aos presídios federais, com sistema de reconhecimento facial de todos os que ingressarem na unidade, como presos, visitantes, administradores, advogados e autoridades”, afirmou Ricardo Lewandowski.

O ministro também anunciou que vai requisitar a nomeação de 80 policiais penais federais, já aprovados em concurso público, para reformar o sistema penitenciário federal. Segundo Lewandowski, parte do contingente será deslocado para a unidade de Mossoró.

“A fuga foi resultado de uma série de eventos fortuitos. Trata-se de um episódio localizado e que se deveu, em grande parte, ao fato de que há uma reforma no presidio de Mossoró, uma obra civil que deve ter contribuído para a fuga dos detentos. Os presídios federias são absolutamente seguros e todos podem continuar confiando no sistema”, frisou o ministro.