FOLHAPRESS - Cinco pacientes do Hospital São Vicente de Paulo fugiram da unidade na tarde desta quinta-feira (23/11). Os vigilantes estão em greve desde segunda-feira (20/11) devido ao atraso nos pagamentos de salários e benefícios.

 

Cinco pessoas internadas fugiram de um hospital psiquiátrico no DF. Duas já retornaram ao hospital, uma voltou para casa, outra vive em situação de rua e o último ainda é procurado, segundo a Secretaria de Saúde.



Imagens mostram que um homem tentou escapar subindo em uma grade próxima ao prédio. Também é possível ver uma paciente fora do hospital sendo conduzida por funcionárias.

O hospital está sem vigilantes desde o começo da semana, quando os funcionários terceirizados decidiram paralisar o serviço. Os empregados da empresa Visan alegam que a companhia atrasou o pagamento do último vale-alimentação, e só voltam aos postos quando receberem o benefício.

 

Ao presenciarem uma paciente tentando agredir as trabalhadoras, vigilantes que estavam em greve levantaram-se para ajudar a conter a mulher. As informações são de Gilmar Rodrigues, diretor de comunicação do Sindicato dos Vigilantes do DF.

 

Em casos de fuga, a equipe do hospital imediatamente informa os familiares e registra boletim de ocorrência, de acordo com a Secretaria de Saúde.

 

Reivindicações

 

O Sindicato dos Vigilantes do Distrito Federal afirma que a empresa tem atrasado os pagamentos há meses. Haveria funcionários com férias vencidas e outros que não receberam o 13º salário de 2022. Além disso, o FGTS estaria atrasado há um ano, assim como o retroativo do reajuste salarial.

 

"A questão das horas extras é a mais grave. Os funcionários cobriram férias por um ano em 2022, alguns têm 20, 30 mil reais para receber", conta Gilmar. O representante da categoria acrescenta que também há greves de vigilantes em outros hospitais do DF pelo mesmo motivo.

 

A Secretaria de Saúde declarou que todos os pagamentos às empresas estão em dia, e as companhias "já foram notificadas quanto à obrigação de regularizar os compromissos com seus funcionários".

A empresa alega que não tem dinheiro para fazer os pagamentos, segundo o sindicato.

O UOL tenta contato com a empresa Visan, o espaço segue aberto para manifestação.

Contratos vencidos

Os contratos de segurança da Secretaria de Saúde com quatro empresas estariam vencidos há um mês. As licitações foram planejadas para durar cinco anos, sofreram uma prorrogação excepcional de um ano e venceram novamente em outubro de 2023.

 

Os contratos indicam que os serviços devem continuar sendo prestados pela empresa até a finalização do processo de nova contratação. As empresas estão recebendo os pagamentos por reconhecimento de dívida, de acordo com a categoria.

compartilhe