Mohamad é casado e a esposa é responsável por duas tabacarias no centro de BH -  (crédito: Reprodução/TV Globo)

Mohamad é casado e a esposa é responsável por duas tabacarias no centro de BH

crédito: Reprodução/TV Globo

O proprietário de duas tabacarias em Belo Horizonte é apontado como o principal alvo de uma operação da Polícia Federal que apura o recrutamento de brasileiros pelo grupo extremista libanês Hezbollah.

As informações foram divulgadas pela TV Globo, neste domingo (12/11). Mohamad Khir Abdulmajid é procurado pela Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol).

Abdulmajid virou alvo da PF em 2021, em uma investigação por contrabando. Segundo a reportagem, o empresário estaria vendendo produtos ilegais para financiar atos terroristas. A mulher dele administra duas tabacarias no centro de BH, uma delas no Mercado Central, mostrou a reportagem do "Fantástico" deste domingo (12/11). Segundo a PF, ele seria o dono dos estabelecimentos.

Em 2014, o homem, que é sírio naturalizado brasileiro, foi preso em flagrante vendendo bebida alcoólica para menores de idade, em Minas Gerais. 

Na última semana a Polícia Federal realizou a operação Trapiche para interromper atos preparatórios para ataques terroristas no Brasil contra alvos da comunidade judaica, como sinagogas. De acordo com o programa "Fantástico", em um trecho da representação policial da força tarefa, o delegado responsável afirma que há indícios de que Mohamad Khir faz parte do grupo paramilitar.

"Os indícios de que Mohamad integra o braço paramilitar do grupo libanês Hezbollah e o fato de constar recentes registros migratórios de todos os citados para o Líbano, associado às evidências de falta de condições financeiras e antecedentes criminais dos brasileiros natos, corroboram com a tese de que estamos diante de uma possível fase de recrutamento de brasileiros para atuações ilícitas, inclusive na hipótese de objetivos terroristas”, publicou o jornal.

Ainda segundo a reportagem do "Fantástico", a operação investiga brasileiros que teriam sido aliciados pelo sírio para entrarem no grupo extremista. No entanto, até agora, as investigações apontam que os suspeitos não possuem vínculo ideológico ou religioso com o Hezbollah.

Desde o início da última semana, a Polícia Federal teria cumprido mandados de busca e apreensão. Até agora, três pessoas foram presas. Dois suspeitos, incluindo Mohamad Khir Abdulmajid, estão foragidos. Neste domingo, mais um suspeito foi preso, no Rio de Janeiro. 

Um dos presos suspeitos presos teria reconhecido Abdulmajid como o homem com quem encontrou para tratar sobre os atos terroristas.

Ligação com milícia na Síria

A representação policial da PF contra Abdulmajid também afirma que o sírio compartilhou numa rede social, em 2016, uma foto carregando um fuzil em cima de um tanque de guerra. O perfil foi apagado.

Segundo o "Fantástico", a investigação aponta que ele teria lutado na guerra civil da Síria com parte do Hezbollah. O grupo extremista libanês, financiado pelo Irã, prega o fim do Estado de Israel e tem como um dos aliados o Hamas, que governa a Faixa de Gaza.