Bolsas brasileiras batem recorde e brasileiro mira Nasdaq
Com a inflação doméstica controlada e a expectativa de corte de juros pelo Federal Reserve nos EUA, mercados vivem euforia simultânea. Rafael Schroeder, educador financeiro que já formou mais de 12 mil alunos, analisa como aproveitar a volatilidade técnica nos dois países.
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O final de 2025 apresenta um cenário de otimismo para o mercado de capitais, unindo recordes sucessivos na bolsa brasileira a uma recuperação dos índices de tecnologia nos Estados Unidos. O movimento é acompanhado por analistas e educadores financeiros, que identificam o período atual como uma oportunidade para a diversificação de carteira.
Simultaneamente, nos Estados Unidos, o setor de tecnologia e a inteligência artificial (IA) geram volatilidade na Nasdaq. Em discussões recentes sobre alocação internacional, especialistas têm reforçado a diversificação geográfica como forma de reduzir concentração e atravessar períodos de incerteza. Em participação no Stock Pickers, especialistas da XP Investimentos — Raphael Figueredo e Fernando Ferreira — defenderam a busca por oportunidades fora dos EUA em determinados cenários, destacando a relevância de uma parcela internacional na composição de portfólio.
No cenário doméstico, o Ibovespa registra movimentação positiva. Em 2 de dezembro de 2025, o principal índice da bolsa brasileira subiu 1,56%, encerrando aos 161.092 pontos e renovando máxima histórica, segundo a Agência Brasil. O movimento sucede uma tendência iniciada em novembro, quando o índice superou os 157 mil pontos, estabelecendo o décimo segundo recorde consecutivo naquele período.
Segundo Rafael Schroeder, palestrante e educador financeiro, o otimismo é fundamentado em dados macroeconômicos. “O mercado financeiro atravessa um momento específico. No Brasil, mesmo com a taxa Selic em patamar elevado, o índice rompe topos históricos na B3”, analisa o especialista, que possui histórico de formação de alunos em mentorias e palestras.
Schroeder complementa que existe uma confluência favorável de indicadores no mercado financeiro nacional, com a B3 rompendo níveis históricos apesar das pressões monetárias.
O motor da alta brasileira
A quebra de recordes na B3 reflete o alívio na pressão dos preços. No Brasil, a leitura da inflação também entrou no radar do mercado. Segundo a Agência Brasil, o IPCA de outubro de 2025 subiu 0,09% e o índice acumulado em 12 meses ficou em 4,68%; na sistemática de meta contínua, o teto do intervalo de tolerância é 4,5%. Nesse contexto, agentes de mercado acompanharam a reação dos preços de ativos e da curva de juros, que tende a incorporar surpresas inflacionárias nas taxas futuras.
No Relatório de Política Monetária (dezembro/2025), o Banco Central registrou que, para convergência da inflação à meta em um ambiente de expectativas desancoradas, seria necessária política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado, e informou que o Copom decidiu manter a Selic em 15,00% a.a. na 275ª reunião (09 e 10/12/2025). Na sessão de 02/12/2025, o dólar recuou 0,52% e foi cotado a R$ 5,33, segundo a Nord Research (com indicação de fonte Bloomberg).
Entretanto, Rafael Schroeder, indica que o cenário industrial requer atenção. O setor permanece abaixo do recorde alcançado em maio de 2011, impactado pela taxa Selic, que eleva o custo do crédito.
Otimismo na Nasdaq e inteligência artificial
Enquanto o mercado brasileiro avança, o mercado norte-americano apresenta oportunidades fundamentadas na tecnologia e na expectativa de flexibilização monetária. Os índices de Wall Street registraram valorização diante da expectativa de ajuste nos juros, com o índice Nasdaq apresentando seu melhor desempenho diário desde maio.
O impulsionador desse movimento permanece sendo a inteligência artificial. As ações do setor de tecnologia registraram alta após o anúncio da nova versão da plataforma de IA, o Gemini 3, pela Alphabet. Este interesse reflete-se no volume de negociações: Nos EUA, a volatilidade também foi acompanhada pelos mercados de derivativos. Matéria da Reuters reproduzida pela CNN Brasil registrou que o volume total de opções sobre ações nos Estados Unidos chegou a 935 milhões de contratos no trimestre, ante 773 milhões no mesmo trimestre do ano anterior.
Para Rafael Schroeder, essa volatilidade caracteriza um ambiente propício para a atuação de profissionais do setor. A busca por mecanismos de proteção também registrou aumento: diante de incertezas econômicas e disputas comerciais, empresas elevaram os investimentos em produtos de mitigação de riscos de mercado.
Sinais de alerta nos EUA
O otimismo com o ajuste de juros americanos, que impacta a Nasdaq e o fluxo de capital para o Brasil, é acompanhado por sinais de desaquecimento econômico. O dólar apresentou desvalorização global em virtude de preocupações com o mercado de trabalho, após relatórios indicarem redução de vagas por empregadores privados.
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Ao mesmo tempo, surgiram sinais mistos no mercado de trabalho. No ADP National Employment Report, o ADP Research Institute informou que, em novembro de 2025, o setor privado nos EUA eliminou 32 mil postos de trabalho, em dado ajustado sazonalmente. Adicionalmente, fatores geopolíticos, como a imposição de tarifas comerciais, mantêm o mercado em estado de observação. Contudo, a análise predominante indica que a valorização de ativos brasileiros em moeda estrangeira, somada à evolução da inteligência artificial na Nasdaq, estabelece um período favorável para a alocação de risco.
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