Mundo Corporativo

Mar e piscina ampliam risco de infecção por lente de contato

O uso de lentes de contato em mar ou piscina envolve riscos ampliados, sobretudo pela exposição a microrganismos como Pseudomonas, fungos e Acanthamoeba. Alterações no material da lente, irritação pelo cloro, desidratação pelo sal e maior suscetibilidade das lentes gelatinosas elevam a chance de infecções e desconfortos oculares.

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Com as férias escolares e de fim de ano, o movimento em praias, piscinas e clubes aquáticos tende a crescer em todo o país. Nesse cenário, uma dúvida comum entre usuários de lentes de contato é se o uso é seguro nesses ambientes.

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A resposta envolve mais riscos do que se imagina. De acordo com o oftalmologista Willian Breno, coordenador da especialidade de Lentes de Contato do CBV Hospital de Olhos, integrante da rede Vision One, “o contato da lente com a água pode alterar algumas propriedades do material. Isso pode comprometer a transmissibilidade de oxigênio, reduzir a durabilidade da lente e torná-la mais propensa a rasgar. Mas esse não é o ponto essencial”.

Mais do que os efeitos no dispositivo, o principal risco está na exposição dos olhos a microrganismos. “A principal razão para se evitar o uso de lentes de contato em ambientes aquáticos está nas infecções. Bactérias como a Pseudomonas, fungos e, principalmente, a Acanthamoeba [uma ameba presente na água] podem causar infecções muito graves na superfície ocular”, alerta.

Riscos do mar e da piscina

A água da piscina, além do risco microbiológico, contém substâncias irritantes. “Piscinas muitas vezes contêm cloro, que por si só já é irritante para a superfície ocular. E, no caso das lentes de contato, há os dois fatores: o cloro pode irritar e também alterar as propriedades da lente, além do risco de contaminação”, explica. A água do mar, apesar de não conter cloro, apresenta outro desafio além da contaminação por microrganismos. “É uma água salgada, e o sal pode provocar a desidratação da lente. Isso compromete o nível de hidratação do material, que é desenvolvido justamente para manter a superfície ocular confortável”, alerta o Dr. Willian.

Os sintomas de infecções ou irritações após o uso inadequado das lentes em ambientes aquáticos são variados. “Podem ocorrer vermelhidão, sensação de areia, dor ocular, visão embaçada e sensibilidade à luz. Em alguns casos, principalmente nas infecções por Acanthamoeba, o quadro é arrastado, pode durar semanas e, por não ser tão intenso no início, muitos demoram a procurar atendimento”, afirma o oftalmologista. Segundo ele, os sintomas podem ser confundidos com conjuntivites ou outras condições leves, o que dificulta o diagnóstico precoce.

Entre os tipos de lente, as gelatinosas apresentam risco maior. “A lente gelatinosa absorve mais água que a rígida e tem maior predisposição à deposição de microrganismos. A gente observa muito mais quadros infecciosos relacionados ao uso de lente gelatinosa em água do que com lente rígida”, pondera. Ainda assim, nenhuma das duas deve ser usada em contato com água, seja de piscina, mar ou até mesmo no banho de chuveiro.

O uso em ambientes aquáticos não é considerado seguro em nenhuma circunstância, mas há orientações para casos excepcionais. “Se por algum motivo a pessoa realmente tiver que usar, existem algumas dicas. Não abrir o olho embaixo d’água e usar óculos de natação bem ajustados ajudam a criar uma barreira. Outra opção é usar lente de descarte diário, que deve ser descartada logo após o uso”, recomenda.

Mesmo com esses cuidados, os riscos não são eliminados. O uso seguro, segundo o Dr. Willian, é simplesmente não utilizar lentes de contato em ambientes aquáticos. Ele ressalta que uma única gota pode conter uma quantidade expressiva de microrganismos. “Estamos falando de estruturas muito pequenas. Mesmo com proteção, há possibilidade de contaminação”.



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